
A cantora se apresentará o espetáculo “Quando Deixamos Nossos Beijos na Esquina” no Sony Hall em Manhattan (NY)
Em 17 de agosto, sábado, a cantora Vanessa da Mata se apresentará no Sony Hall, no coração de Manhattan (NY). Durante o espetáculo, a artista cantará sucessos que a consagraram, assim como composições novas. O Sony Hall fica localizado na 235 West 46th Street, no coração de New York City.
Os ingressos podem ser obtidos online através dos websites: tickeri.com e ticketmaster.com
O que é um sucesso? Com certeza, uma canção que não sai da sua cabeça durante horas, quiçá um dia inteiro. Perseguir essa ideia, cumprir essa ideia é o sonho de todo cantor e compositor, mas a deusa música só concede esse encanto a poucos. Vanessa da Mata é uma artista contemplada com essa luz. No rádio, nas pistas, na plateia, suas canções são entoadas como verdadeiros hinos do pop brasileiro.
Abençoada inicialmente por Chico César e Maria Bethânia, Vanessa continua fazendo a ponte perfeita entre regionalismo, vida urbana e mais do que nunca o amor.
“Quando Deixamos Nossos Beijos na Esquina”, sétimo álbum de estúdio, ela prossegue seus achados poéticos e melodias intuitivas. Sim, porque as canções de Vanessa da Mata não nascem no violão ou piano, não acontecem no estúdio. Elas surgem em sua mente pelos cafés do mundo, seu lugar preferido para rascunhar letras, inventar harmonias.
Com certeza, é seu disco mais autoral como um todo porque Vanessa se aventurou pela primeira vez como produtora musical, propondo arranjos diretamente aos músicos, criando a dinâmica sonora do álbum como captação de voz, mixagem, acentuando ou reduzindo as intenções dos instrumentos em função de cada canção.
“Nossos desenhos se aproximam. As araras, as árvores, os animais, os homens, o planeta. A história de todos nós, todos lutando pela sobrevivência de seus próprios sentimentos no dia-a-dia. Meu disco trata disso, com músicas leves e curtas letras. O pop romântico, a brasilidade, a canção, o reggae californiano, os ritmos dançantes. Fiz questão de juntá-los sem distinção. Intelectuais e populares”, define Vanessa.
O primeiro single lançado, a ensolarada “Só Você e Eu”, já dava o tom do que o disco seria por inteiro: um apanhado de histórias sobre a vida e o amor. Vanessa é uma poeta artesã dedicada a esses assuntos. É um deleite como ouvinte extrair frases isoladas de suas canções e enviá-las compulsivamente aos nossos amados e amadas. São verdadeiros minutos de sabedoria que nos levam a namorar, casar, prosseguir ou tristemente terminar:
. Nesse mundo cão de tantas malvadezas, você é um presente que eu não posso perder. (“Só Você e Eu”)
A participação de Baco Exú do Blues com seu canto incisivo na malemolente e africana “Tenha Dó de Mim” anuncia o clima de festa que também invade o álbum. Assim como “Debaixo da Saia Dela” que tem na guitarra de Davi Moraes o motivo para lembrarmos-nos dos deliciosos sambas de Riachão. Vanessa constrói uma letra vigorosa sobre a paixão (“Os olhos compridos esperando a moça / Corpo desossado, a roupa torta / Esperando a moça virar a esquina / Paralisado, comida de mosquito”).
“Quando Deixamos Nossos Beijos Na Esquina”, a canção título, soa exatamente como carta de intenções, uma letra que fala de sincretismo religioso, da falta dos bons sentimentos, onde o mundo está mesmo doente, sem diálogo, sem carinho, impondo a arrogância ao outro, que nos assola, costurando personagens e ideias das outras faixas do disco. Vanessa fala também do processo de amadurecimento como mãe em “O Mundo Para Felipe”, acalanto em forma de canção para seu filho de 18 anos composta com Liminha que também comparece como parceiro na faixa de pedal acelerado “Ajoelha e Reza”.
Uma das faixas mais emocionantes e inesperadas do disco é “Hoje Eu Sei” composta com o cantor, compositor e músico sueco Jonas Myrin. Conexão internacional que tem vitalidade para repetir o sucesso de outro encontro de Vanessa com o mundo: “Boa Sorte” ao lado de Ben Harper.
“Quando Deixamos Nossos Beijos na Esquina” é um álbum que pode parecer um grande retorno de Vanessa da Mata, mas na verdade é um prosseguimento em estado de graça.
“Limpei minha estrada antiga. Mudei minhas velhas formas. Fiz a faxina para você entrar”.
“Esta é uma obra ao mesmo tempo autoral e plural que concilia felicidade e inquietação, recados de viagem e exaltação de quem e quantos somos cada um de nós. Cada canção é como um personagem de um livro cheio de histórias e de História, num enredo que só se conta quando se canta”, concluiu Mia Couto.
Fonte: Brazilian Voice