O Presidente instruiu as autoridades migratórias a cumprirem uma lei aprovada há 23 anos, durante a administração Clinton
Na quinta-feira (23), o Presidente Donald Trump deu outro passo no combate à imigração legal. Ele instruiu as autoridades migratórias a cumprirem uma lei aprovada há 23 anos que exige que os patrocinadores da residência legal permanente (green card) reembolsem o governo por benefícios sociais recebidos.
Trump aprovou o memorando exigindo o cumprimento da lei assinada pelo Presidente Bill Clinton em 1996, informou a Casa Branca. A decisão foi tomada enquanto ele tenta reformar o sistema migratório, apesar da residência no Congresso.
“Para proteger os benefícios dos cidadãos americanos, os imigrantes devem ser independentes financeiramente”, disse Trump ao anunciar o plano.
Críticos alegam que a decisão prejudicará injustamente os imigrantes de baixa renda, que algumas vezes necessitam de ajuda para iniciar a vida nos EUA. Entretanto, a Casa Branca rebateu que muitos imigrantes tiram vantagem da generosidade dos EUA, frisando que 58% dos lares mantidos por não cidadãos utilizam pelo menos um programa de assistência governamental.
As ativistas Marielena Hincapié, diretora executiva do National Immigration Law Center, e Olívia Golden, diretora executiva do Center for Law & Social Policy, denunciaram a agenda “brutal, imprudente, perigosa e desumana” de Trump.
“O Trump fará tudo para enviar a mensagem às famílias imigrantes que se você não for branco e rico, você não é benvindo, ou sequer seguro aqui”, disseram as duas ativistas. “Ele não se importa que crianças e famílias sejam prejudicadas nesse processo”.
Mais de 6 entre 10 green cards são emitidos tendo como base laços familiares, segundo dados do Departamento de Segurança Nacional (DHS). Ainda não foi calculado quantas pessoas seriam afetadas pela lei. Os EUA emitem green cards para cerca de 1 milhão de estrangeiros por ano.
A decisão de quinta-feira (23) é a mais recente da administração atual na limitação de que benefícios públicos imigrantes legais e indocumentados podem receber. Em outubro do ano passado, o DHS propôs diretrizes novas que redefinem que tipo de imigrante pode ser considerado “carga pública”, tornando-os inelegíveis para se tornarem residentes legais permanentes. A definição atual de “carga pública” é de alguém que “depende basicamente” de ajuda governamental, ou seja, a ajuda é maior que a metade da renda, ou receber serviços de saúde governamentais durante longo tempo. A nova definição, que ainda não entrou em vigor, incluiria qualquer imigrante que recebesse ajuda mínima do governo.
Fonte: Brazilian Voice