Um esquema comum com programas de imigração é conhecido como fraude notarial e envolve pessoas que se autodenominam “notários públicos” cobrando grandes somas de dinheiro. Na América Latina, o termo refere-se a advogados com credenciais especiais, levando os migrantes tradicionais a acreditar que são advogados que podem fornecer aconselhamento jurídico. Nos Estados Unidos, os tabeliães simplesmente têm poderes para testemunhar a assinatura de documentos legais e fazer juramentos.
Em outro esquema, alguém se faz passar por funcionário dos EUA e pede dinheiro. O governo dos EUA observa: “Não aceitamos Western Union, MoneyGram, PayPal ou cartões-presente como pagamento de taxas de imigração”.
Os Serviços de Cidadania e Imigração dos EUA alertam sobre possíveis fraudes com o programa de liberdade condicional humanitária para cubanos, haitianos, nicaraguenses e venezuelanos que foi implementado no mês passado, observando online que o programa é gratuito.
Além disso a agência “examina cuidadosamente cada potencial apoiador por meio de uma série de medidas de triagem baseadas em fraude e segurança”.
O Departamento de Segurança Interna diz que 1.700 pedidos de liberdade condicional humanitária foram aceitos até 25 de janeiro de cubanos, haitianos e nicaraguenses, além de um número não revelado de venezuelanos. Uma ação judicial liderada pelo Texas busca interromper o programa, que poderia permitir que 360.000 pessoas por ano entrassem nos EUA legalmente.
Uma postagem no Facebook anunciando patrocínios pagos levou uma pessoa a se identificar como cidadão dos EUA morando em Pensacola, Flórida. Ao ser informado de que estava se comunicando com um jornalista, a pessoa recusou-se a falar ao telefone e apenas enviou mensagens de texto.
A pessoa disse à Associated Press que patrocinou um tio e uma tia cubanos por US$ 10.000 cada. Ele se recusou a fornecer informações de contato desses parentes e depois parou de responder às perguntas.
Nem todos os patrocinadores cobram uma taxa. Uma nova iniciativa chamada Welcome.US visa unir americanos com imigrantes sem apoiadores. Além disso, organizações sem fins lucrativos estão tentando divulgar informações precisas sobre o programa.
Sarah Ivory, diretora executiva da organização sem fins lucrativos USAHello, que fornece informações on-line em vários idiomas, disse que a proliferação de ofertas de patrocínio pago é “profundamente preocupante e frustrantemente previsível”, refletida em centenas de consultas ao grupo.
“Muitos relatam que mal têm dinheiro para se alimentar, quanto mais para pagar um passaporte ou conseguir um patrocinador”, disse Ivory.
Tal desespero se reflete nas redes sociais.
“Procuro um padrinho para duas pessoas, por favor, meu marido está em uma cadeira de rodas”, diz um post de alguém que diz morar em Havana. “Vou doar minha casa com tudo que tem e vou pagar R$ 4.000,00 por cada” apadrinhado.
Fonte: Brazilian Press