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Profissionais pressionam para abertura de salões de beleza em NJ

Ana Rosas Hair Profissionais pressionam para abertura de salões de beleza em NJ
O salão de beleza Ana Rosa’s Hair (detalhe), em East Newark (NJ)

Profissionais esperam a abertura dos estabelecimentos, uma vez que sejam tomadas as medidas de segurança necessárias contra a contaminação pelo vírus

Ainda sem data definida, uma coalizão formada por profissionais da estética e beleza pressiona o Governador Phil Murphy para que os estabelecimentos sejam reabertos em New Jersey. Desde o início da pandemia de coronavírus que assola o Estado Jardim, Murphy proibiu a reabertura de qualquer atividade comercial que seja considerada “não essencial” e ainda não determinou uma data específica para reverter a ordem.

Profissionais defendem a abertura dos estabelecimentos, uma vez que sejam tomadas as medidas de segurança necessárias contra a contaminação pelo vírus. No final de maio, alertou que aqueles que desobedecerem a ordem emergencial assinada por ele “estarão brincando com fogo”. O Estado informou que a data para a reabertura gradual dos salões de beleza e spas está marcada para segunda-feira (22).

Na tarde de segunda-feira (1), a equipe de reportagem do BV, entrevistou o cabeleireiro amazonense Pauletty, que atende há 37 anos a comunidade no bairro do Ironbound, em Newark (NJ). Ele relatou que no sábado (30), participou de um curso sobre os cuidados que os profissionais de beleza devem tomar durante a pandemia de coronavírus.

“Eu sou muito enjoado com questões de higiene, agora, muito mais. Nós temos que garantir a segurança dos clientes, mas também dos profissionais”, disse ele, acrescentando que atenderá a clientela somente com hora marcada, limitará o número de profissionais no salão, com somente uma manicure e manterá a distância mínima entre as cadeiras exigida pelas autoridades de saúde.

A equipe do BV também conversou com a cabeleireira Graça, proprietária do salão Ana Rosa’s Hair, em East Newark (NJ). Ela destacou que atenderá a clientela somente com hora marcada e as pessoas devem entrar no estabelecimento usando máscaras, além do uso constante de álcool gel e o distanciamento mínimo exigido entre as cadeiras.

“Nós devemos ter cuidado com os outros e com a gente também. Todos nós temos a obrigação de nos cuidar”, disse Graça.

. Especialista alerta:

“Ao reabrir, veremos mais casos (do COVID-19)”, diz Stephanie Silvera, epidemiologista e professora de saúde pública da Montclair State University. “Como podemos fazer isso da maneira mais segura possível? Infelizmente, essa não é uma das atividades mais seguras. É realmente na categoria de maior risco”.

“O grande desafio de qualquer salão é que seja um contato próximo por um longo período de tempo”, diz ela. “É impossível distanciar espacialmente. Você não pode estar a um metro e meio de distância de alguém e cortar o cabelo”.

Os salões de beleza trabalharam para garantir que os clientes fiquem a um metro e meio de distância, mas esse não é um número mágico, detalhou Silvera, especialmente em uma área ventilada artificialmente e fechada. “É realmente mais perto de 6 metros em muitas simulações que vimos”, acrescentou. “Algo que os salões e barbearias são conhecidos por cortes e cores, envolve respiração forçada, o que aumenta o risco”.

Os funcionários podem tomar precauções higienizando cadeiras entre clientes e distanciando-os. Entretanto, Silvera alerta para o efeito perigoso que apenas um deslize poderia ter, como o que aconteceu em Missouri, onde dois estilistas expuseram até 140 clientes ao coronavírus depois de trabalharem enquanto tinham sintomas. Mas os sintomas não precisam ser aparentes para gerar risco, alertou ela.

“Você só precisa de uma pessoa potencialmente assintomática para espalhar a doença”, diz Silvera. Embora alguns salões tenham proposto medir a temperatura dos clientes com termômetros sem contato antes de eles entrarem, isso não é uma boa medida para se livrar do vírus, finalizou.

Fonte: Brazilian Voice

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