O paÃs caiu numa cilada. Michel Temer fez acordo com lÃderes de fachada, decidiu bancar prejuÃzos da Petrobras para dar diesel mais barato aos motoristas temporariamente e, agora, ameaça aqueles que continuam parados.
Seja qual for o desfecho dessa crise, o resultado será precário. Ainda que consiga desmobilizar os grevistas com a ajuda dos militares, o governo enfrentará um estado permanente de insatisfação. O aborrecimento com o custo dos combustÃveis permanecerá tanto entre caminhoneiros quanto entre motoristas que abastecem seus carros com uma gasolina cada vez mais cara.
Se a paralisação persistir, Temer será obrigado a lançar mão de gambiarras, como a redução de tributos sobre o diesel por decreto. Para chegar ao fim do mandato, o presidente dispensaria uma receita bilionária.
O Planalto já avisou que qualquer corte sobre o PIS e a Cofins só valeria até o fim deste ano. A carga tributária sobre os combustÃveis, portanto, não mudaria de vez. O próximo presidente (seja quem for) precisaria explicar o aumento nas bombas em seu primeiro dia de governo.
Não há discussão séria sobre impostos e sobre o peso do Estado em um ambiente de chantagem, e muito menos com um governo enfraquecido por sua impopularidade.
