
O projeto de lei apresentado ao Conselho Municipal foi rejeitado por legisladores republicanos e democratas moderados
A proposta apresentada ao Conselho Municipal de Nova York a qual permite que residentes legais permanentes (green card) e estrangeiros com permissão de trabalho votem nas eleições locais gerou críticas entre os legisladores republicanos e democratas moderados. Os oponentes alegam que o projeto de lei, redigido pelo Vereador Ydanis Rodriguez (D-Manhattan), e que deve ser apresentada hoje (23), não somente compromete o direito de voto dos cidadãos dos EUA, mas é motivado politicamente para apoiar campanhas em distritos de extrema esquerda.
“Eu sou contra a votação de qualquer pessoa que não seja cidadã, pois esse é o nosso direito que conquistamos enquanto cidadãos”, criticou o Vereador Robert Holden (D-Queens).
Rodriguez alega que baseia-se no apoio de legisladores democratas progressistas para a aprovação da proposta dele no Conselho Municipal. Caso seja aprovada e assinada pelo Prefeito Bill de Blasio, a lei concederia privilégio de voto a maior de 500 mil imigrantes nova-iorquinos que possuem green cards e estrangeiros portadores de permissão de trabalho que contribuem para a economia local.
Uma versão similar da proposta foi apoiada por Rodriguez há uma década, mas não recebeu o apoio suficiente para seguir adiante. Entretanto, o Vereador alega que já possui o voto de 22 dos 51 membros do Conselho Municipal.
“Nós queremos conceder a esse grupo de pessoas o direito de votar nas eleições locais, pois tratam-se de indivíduos que pagam impostos”, disse Rodriguez, que planeja concorrer ao Congresso no final de 2020. Ele enfatizou a importância da aprovação da proposta em virtude da campanha de reeleição do Presidente Donald Trump, o que poderia atrair mais conservadores às urnas e, portanto, afetaria as eleições locais, como as eleições para prefeito em 2021.
“Eu acho que isso permite a todos os nova-iorquinos progressistas a desafiar melhor aquele cara em DC (capital dos EUA), pois ele tem sido contra os imigrantes”, disse Rodriguez, embora a proposta permita que os imigrantes votem somente nas eleições municipais.
Holden, entretanto, disse considerar “alarmantes e perturbadoras” as motivações “políticas”.
“Eu não penso que, como democrata, nós deveríamos criar uma legislação que beneficie somente um partido”, comentou.
O Vereador Joe Borelli (R-Staten Island) disse que, se os apoiadores do projeto de lei estão sérios com relação à tal mudança municipal, eles deveriam por a proposta nas urnas para os eleitores decidirem.
“Desta forma, ela não seria vista como um golpe político para ajudar qualquer candidato que concorra à uma vaga ao município. Além disso, concederia aos eleitores a oportunidade de os eleitores decidirem diluir ou não suas próprias voices”, disse Borelli, acrescentando que a proposta “deprecia” a cidadania.
“Nós deveríamos estar encorajando os residentes legais a se tornarem cidadãos; certamente não deveríamos dizer a eles para não se importarem em se tornarem cidadãos da maior democracia na história do mundo”, disse o Vereador Kalman Yeger.
O porta-voz do Conselho Municipal, Corey Johnson, adiantou que planeja rever a proposta quando ela for apresentada e não teceu opiniões. O escritório de Blasio também informou que será necessário avaliar o projeto de lei antes de comentá-lo.
Fonte: Brazilian Voice