
A nova lei impede que os juízes determinem fiança para delitos menores e crimes não violentos no estado de Nova York
Na sexta-feira (7), o Prefeito Bill de Blasio vinculou a recente onda de crimes em Nova York à controversa reforma no estado das leis de fiança, depois de passar uma semana evitando o assunto. A polêmica lei impede que os juízes estabeleçam fiança para prender réus acusados de delitos menores e crimes não violentos. A legislação recebeu críticas intensas da parte das autoridades policiais e promotores públicos.
Blasio reiterou novamente seu apoio em conceder aos juízes o poder de prender os acusados que eles acreditarem representar perigo ao público enquanto aguardam julgamento. A posição do Prefeito contrasta com a do principal patrocinador da revisão da lei de fiança, o presidente da Assembleia, Carl Heastie (D-The Bronx).
“Acho que o livre arbítrio judicial deve ser esclarecido para que haja parâmetros muito claros, evitando qualquer dúvida no processo. Entretanto, acho que um sistema baseado apenas no risco de fuga ignora o fato de que existem alguns indivíduos que são consistentes em suas próprias ações, portanto, representam ameaça aos seus vizinhos”, disse Blasio sobre o programa.
O comentário indica uma mudança de ideia por parte da Prefeitura de Nova York, uma vez que na terça-feira (4) Blasio se esquivou repetidamente de perguntas sobre a ligação entre as leis de fiança e um aumento nas estatísticas de crimes envolvendo roubos de automóveis, roubos em geral e furtos, desde que a mudança começou a vigorar em 2020.
“Vimos as coisas que aconteceram desde que essa lei começou a entrar em vigor meses atrás e, obviamente, ela está em pleno vigor. Entretanto, o ponto principal é que queremos agir de maneira produtiva”, respondeu Blasio. “Estamos em diálogo com os líderes em Albany sobre essas preocupações e queremos avançar. Enquanto isso, essa força policial pode lidar com qualquer coisa que aconteça”.
Ainda na terça-feira (4), o chefe de polícia se esquivou das perguntas, mas apontou para observações “registradas” que ele fez duas semanas antes, nas quais citou a reforma da lei de fiança como a culpada pelo aumento da criminalidade.
“Esquecemos como policiar a cidade de Nova York ou há uma correlação com as novas leis”, disse ele em 24 de janeiro.
Fonte: Brazilian Voice