
O grupo se auto intitula United Constitution Patriots (Patriotas Constitucionais Unidos, em tradução livre) e são vistos no clipe do Facebook com imigrantes sentados no chão do deserto. As ações do grupo foram condenadas por grupos defensores das liberdades civis e legisladores do Novo México.
A milícia apoia o plano do Presidente Donald Trump para a construção de um muro de fronteira. A divulgação do vídeo ocorre em meio ao aumento nas passagens de fronteira, apesar dos esforços da Casa Branca para conter o fluxo.
. O que o vídeo mostra?
O vídeo, postado na página do membro da milícia Jim Benvie no Facebook, mostra um grande grupo de migrantes que teriam cruzado a fronteira perto de Sunland Park, no Novo México, sendo detidos pelos vigilantes armados, na terça-feira (16). O grupo de migrantes, que contém muitas mulheres e crianças, é visto sentado e agachado na escuridão e olhando para os holofotes da milícia.
Antes de os agentes da Patrulha da Fronteira chegarem para custodiar os migrantes, uma mulher que narra o vídeo diz a um homem que parece ser um membro da milícia: “não aponte a arma” na direção das famílias.
Benvie, porta-voz dos “United Constitutional Patriots”, disse ao jornal The New York Times que o grupo acampa na região há 2 meses e planeja ficar até que Trump consiga construir seu polêmico muro na fronteira.
“Se essas pessoas obedecem os nossos comandos verbais, nós os mantemos até que a Patrulha de Fronteira chegue”, disse Benvie, descrevendo a interação como “prisão de um cidadão”.
“A Patrulha de Fronteira nunca nos pediu para parar”, disse Benvie, que está visitando seu estado natal, Minnesota.
. Qual a reação?
A governadora do Novo México, Michelle Lujan Grisham, disse em um comunicado que os vigilantes não têm o direito legal de impedir qualquer um dentro dos EUA. “Se as famílias migrantes se sentem ameaçadas, isso é completamente inaceitável”, disse ela. “E não é preciso dizer que os cidadãos comuns não têm autoridade para prender ou deter ninguém”.
O procurador-geral do Novo México, Hector Balderas, alertou em comunicado que “essas pessoas não devem tentar exercer autoridade reservada para a aplicação da lei”.
A American Civil Liberties Union (ACLU-NM) descreveu o grupo como uma “organização militar fascista armada” em uma carta ao governador e procurador-geral. “O racismo vil da administração Trump encorajou nacionalistas brancos e fascistas a violar flagrantemente a lei”, dizem eles.
“Isso não tem lugar em nosso estado: não podemos permitir que vigilantes racistas e armados sequestrem e detenham pessoas que buscam asilo. Pedimos que você investigue imediatamente essa conduta atroz e ilegal”, continua a carta.
A Patrulha da Fronteira (CBP) já havia dito que se opõe a civis patrulhando a fronteira em busca de imigrantes.
Fonte: Brazilian Voice