
Na tarde de terça-feira (14), metade dos 14 vereadores da Prefeitura de Dallas (TX) assinou um manifesto de oposição à visita do Presidente Jair Bolsonaro à cidade para receber o prêmio “Personalidade do Ano 2019”. Os conselheiros municipais, como são chamados nos EUA, criticaram a posição do dirigente brasileiro no que diz questão aos assuntos envolvendo os direitos dos homossexuais, indígenas, negros e o meio-ambiente. Os argumentos usados pelos legisladores são parecidos com os que levaram o Prefeito Bill de Blasio, de Nova York, a dizer que Bolsonaro “não seria benvindo à maior cidade dos EUA”.
O manifesto atesta que receber Bolsonaro em Dallas provoca “insatisfação profunda” com relação ao Conselho de Assuntos Mundiais de Dallas (WACD), onde ele receberá na quinta-feira (16), no Hall Arts Center, a homenagem da Câmara de Comércio Brasil-EUA. O jantar de gala deveria ter ocorrido na noite de terça-feira (14) em Manhattan (NY), mas Bolsonaro cancelou a presença dele depois da objeção de Blasio, ameaças de boicote e vários protestos.
Conforme os vereadores, isso “oferece ao Presidente Bolsonaro uma plataforma para um evento que normatiza de forma perigosa o autoritarismo dele e expressa apoio implícito aos seus atos discriminatórios, palavras e posições políticas”, diz o manifesto.
O principal redator do manifesto foi o Vereador Scott Griggs, considerado o legislador mais esquerdista que a média do Partido Democrata em Dallas e que disputará o cargo de prefeito na cidade. A visita do presidente brasileiro tornou-se parte da disputa. Griggs fez uso político do fato de que seu principal oponente, o também democrata Eric Johnson, não condenou a visita de Bolsonaro, adotando a mesma posição do atual prefeito, Mike Rawlings, que alegou discordar de Bolsonaro, mas que não se oporia à visita de um líder eleito democraticamente.
Semana passada, Bolsonaro acusou Blasio de agir “como um radical” por protestar contra a presença dele em Nova York e respondeu ao prefeito dizendo que “se eu não sou benvindo à Nova York, nós seremos no Texas”.
Após a polêmica em Nova York, o presidente brasileiro recebeu a solidariedade do vice-presidente Hamilton Mourão e do líder da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, todos criticando a posição de Blasio. Grupos contra e a favor Bolsonaro estão organizando uma série de manifestações durante a visita de 2 dias do presidente do Brasil à cidade.
Os brasileiros que moram na região e apoiam Bolsonaro estão se mobilizando, especialmente através das redes sociais, confeccionando pôsteres e camisetas. Em contraste, 15 ONGs defensoras dos direitos dos indígenas, negros, homossexuais, ambientalistas e sindicalistas preparam-se para protestar contra ele. A maioria dos grupos contra a visita de Bolsonaro é formara quase que exclusivamente por cidadãos dos EUA e há relatos da presença de apenas 1 brasileiro entre os organizadores dos protestos.
Fonte: Brazilian Voice