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Médica que cuida de pacientes com coronavírus tem green card negado

Julia Iafrate Médica que cuida de pacientes com coronavírus tem green card negado
“Eu estou honestamente surpresa. É como um tapa na cara”, disse a Dra. Júlia Iafrate

A canadense Júlia Iafrate é professora assistente no Columbia University Medical Center e atualmente cuida de pessoas infectadas pelo vírus em New York City

Enquanto ela tratava pacientes com coronavírus, os EUA negaram-lhe a residência legal permanente (green card). Uma médica de Nova York que está tratando pacientes com coronavírus relatou que recebeu uma notificação devastadora: seu pedido de green card foi negado.

“Estou colocando minha vida em risco todos os dias para fazer isso e isso está me surpreendendo, pois eles (autoridades) parecem não gostar ou ver o valor naquilo que estou oferecendo”, Dra. Julia Iafrate disse ao apresentador Chris Cuomo na terça-feira (5). “Eu estou honestamente surpresa. É como um tapa na cara”.

Iafrate é professora assistente no Columbia University Medical Center, especializado em medicina esportiva. Entretanto, ela disse que queria se voluntariar para trabalhar nas linhas de frente, pois os casos de coronavírus aumentavam em New York City.

“Porque sou médica”, disse Iafrate, “porque é isso que faço, porque sei que posso ajudar”.
Júlia, que emigrou para os Estados Unidos do Canadá, diz que mora nos EUA há 13 anos, através de um programa de residência médica na Mayo Clinic e uma bolsa de Medicina Esportiva na Universidade de Iowa. Há quase 3 anos, ela trabalha no Centro Médico da Universidade de Columbia. Ela é médica da equipe de esqui dos EUA e da Columbia University Athletics, de acordo com um perfil no site do centro médico.

A Dra. Julia Iafrate está na linha de frente do tratamento de pacientes com coronavírus há várias semanas. Alguns dias atrás, ela foi informada pelo Serviços de Cidadania & Imigração dos EUA (USCIS) que o pedido de green card dela havia sido negado.

“Fui pega de surpresa. Fiquei espantada, assim como o meu advogado de imigração, a presidência do meu departamento e todos os outros envolvidos neste caso”, disse ela. “Eles pedem que você seja um especialista em seu campo e eu sou. Eu provei isso várias vezes. E fiquei impressionada que, neste momento, de todos os tempos, eles não achem necessário ter alguém como eu aqui”.

Questionados sobre o caso de Iafrate, o USCIS informou em comunicado que não comentam decisões relacionadas a casos individuais.

“O USCIS avalia cada petição, aplicação e solicitação, caso a caso, para determinar se eles atendem a todos os padrões exigidos pelas leis, regulamentos e políticas aplicáveis. Os funcionários da agência podem solicitar mais evidências e emitir negações quando o peticionário fornecer evidências insuficientes para estabelecer a elegibilidade com base na preponderância do padrão de evidência “, afirmou a agência. “Cabe ao solicitante, não ao Governo, mostrar que os benefícios atendem aos requisitos de elegibilidade previstos na lei”.

O governo Trump reforçou as restrições de imigração nas últimas semanas, como parte da resposta do Governo à pandemia de coronavírus e alertou que mais restrições poderiam estar surgindo enquanto as autoridades trabalham para proteger as vagas de emprego nos EUA. Os ativistas defensores dos direitos dos imigrantes argumentam que os imigrantes estão na linha de frente da luta contra a pandemia e que seu trabalho é uma parte necessária da economia do país.

Iafrate diz que está apelando da decisão do governo em seu caso. Ela disse a Cuomo que se sente impotente pela primeira vez em sua vida. “É comovente. … não sei o que fazer. Não sei o que poderia ter feito melhor”, diz ela. “Eu não sei o que eu poderia ter feito de forma diferente”.

Fonte: Brazilian Voice