A Fundação Trump, em sua declaração do imposto de renda de 2017, informou ter sobrado US$ 1.75 milhão em seus cofres
Segundo os termos, a Fundação Trump só pode se desfazer sob supervisão judicial
A fundação da família do presidente Trump será dissolvida conforme um acordo fechado com o procurador geral de justiça (AG) do estado de Nova York. O escritório da AG processou a Fundação Trump, alegando que o Presidente e sua família a usaram como “trampolim” para a campanha presidencial dele.
A Promotora Barbara Underwood também acusou na ação que a família Trump usou a fundação como seu cofrinho pessoal. “Nossa petição detalhou um padrão chocante de ilegalidade envolvendo a Fundação Trump: incluindo a coordenação ilegal com a campanha presidencial do Trump, negócios escusos intencionais e muito mais”, disse Underwood. “Isso equivalia à Trump Foundation funcionando como um talão de cheques para atender aos negócios e interesses políticos de Trump”, acrescentou ela em um comunicado.
Uma fonte próxima ao caso disse que os Trump já estavam preparados para fechar a fundação, mas queriam fazê-lo sem supervisão judicial ou da Procuradoria Geral.
O acordo anunciado na terça-feira (18) exigirá monitoramento do AG. “A estipulação de hoje é um avanço em nossa ação (judicial) apresentada no início deste ano”, disse Underwood. “Segundo os termos, a Fundação Trump só pode se desfazer sob supervisão judicial e só pode distribuir seus ativos beneficentes remanescentes para organizações de boa reputação aprovadas pelo meu escritório”.
A Fundação Trump, em sua declaração do imposto de renda de 2017, informou ter sobrado US$ 1.75 milhão em seus cofres. O advogado Alan Futerfas, que representa Trump e seus três filhos, chamou os comentários de Underwood de “enganosos”.
“A Fundação vem tentando dissolver e distribuir seus ativos remanescentes para causas de caridade que valham a pena desde a vitória de Donald J. Trump nas eleições presidenciais de 2016”, disse Futerfas. “Infelizmente, a AG procurou evitar a dissolução por quase 2 anos, privando os mais necessitados de quase US$ 1.7 milhão”.
O acordo de estipulação aconteceu menos de duas semanas antes de Underwood deixar o cargo. Ela será substituída pela atual procuradora pública de Nova York, Letitia James. A menos que haja uma resolução surpresa antes do final de 2018, o restante do processo deve levar até o final do mandato de James.
O Estado ainda está buscando a restituição dos US$ 2.8 milhões em verba não gasta, além de multas adicionais, incluindo uma proibição durante 10 anos para Trump ser autorizado a abrir uma organização sem fins lucrativos. A ação também pretende proibir os filhos mais velhos de Trump: Ivanka, Donald Jr. e Eric, que eram todos os membros do conselho da fundação, de envolvimento semelhante com qualquer instituição de caridade por 1 ano.
O processo, aberto em junho por Underwood na Suprema Corte de Manhattan (NY), alegou que a Fundação Donald J. Trump injetou seu caixa em negócios pessoais de Trump, ao invés de ajudar os menos afortunados, como parte de seu “padrão de conduta ilegal”, que foi “em violação persistente” das leis federais e estaduais durante mais de uma década.
“Os crimes incluíam US$ 2.8 milhões gastos para promover a campanha presidencial de Trump, a rede de hotéis Trump, (e) para comprar itens pessoais”, acusou a ação judicial.
Fonte: Brazilian Voice