
O Parlamento britânico rejeitou todas as alternativas para o Brexit submetidas nesta segunda-feira à votação.
A Câmara dos Comuns se manifestou sobre quatro propostas para resolver o impasse quanto à saída do Reino Unido da União Europeia (UE), entre elas uma união aduaneira e um acordo semelhante ao da Noruega, em que o Reino Unido permaneceria no mercado comum europeu. Nenhuma delas obteve maioria.
O plano negociado pela primeira-ministra, Theresa May, com a UE já foi rejeitado em duas votações por ampla margem no Parlamento.
O resultado das votações desta segunda não seria juridicamente vinculante, ou seja, o governo não seria obrigado a cumprir as propostas caso elas fossem aprovadas.
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O governo também não conseguiu o apoio da maioria dos parlamentares sobre o acordo para a saída do país do bloco, sem colocar em votação uma declaração política sobre as relações futuras entre o Reino Unido e a UE.
May tem agora até 12 de abril para fazer com que a UE aprove uma nova extensão do prazo para o Brexit ou decidir deixar o bloco sem um acordo.
Cenário incerto
Após ter sua proposta de que o Reino Unido permanecesse no mercado comum europeu rejeitada, o parlamentar Nick Boles anunciou que sairá do Partido Conservador. “Fiz tudo que podia para que fossem feitas concessões para se chegar a um acordo”, disse ele.
O secretário do governo para o Brexit, Stephen Barclay, disse que a “única opção” que resta é buscar uma forma de se chegar a um acordo sobre a saída da UE.
“O governo continua a acreditar que este é o melhor caminho a ser seguido e que é melhor fazer isso o quanto antes”, disse ele.
“Se a Câmara aprovar um acordo nesta semana, pode ainda ser possível evitar a realização de eleições para o Parlamento europeu (no Reino Unido).”
O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbin, disse ser “decepcionante” que nenhuma das quatro propostas tenha obtido maioria, mas fez questão de lembrar os parlamentares que o acordo de May já havia sido “amplamente rejeitado”.
“Se a premiê teve três chances de aprovar seu acordo, sugiro à Câmara que haja a oportunidade de avaliar de novo as opções que temos diante de nós (…) para que a Câmara possa ter sucesso onde a premiê falhou – em propor uma relação econômica crível com a Europa que nos impeça de deixar a UE sem um acordo.”
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Fonte: BBC