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Imigrantes abrigados em igrejas recebem multas altas do ICE

Foto11 Imigrante exibe carta do ICE Imigrantes abrigados em igrejas recebem multas altas do ICE
Imigrante indocumentado exibe ordem de deportação emitida pelo ICE

Maria Chalavan Sut buscou refúgio na igreja United Methodist, em Charlottesville (Va.), e foi multada em US$ 214.132

Desde 30 de setembro de 2018, a guatemalteca Maria Chalavan Sut, de 44 anos, está refugiada na igreja United Methodist, em Charlottesville (Va.). Durante 10 meses, ela tem lutado contra a deportação e o pedido de asilo dela poderá custar-lhe pelo menos US$ 214.132. Ela faz parte de um grupo de imigrantes que procurou refúgio em igrejas e que receberam cartas emitidas pelas autoridades migratórias ameaçando-os com multas caríssimas; a ação mais recente da administração Trump. Ainda não é exato quantos imigrantes foram afetados, entretanto, conforme a Church World Service, uma ONG de apoio a refugiados e imigrantes, pelo menos 6 deles já receberam cartas.

“Onde eu vou conseguir dinheiro? Eu não sei”, disse Maria, que trabalhou num restaurante após ter chegado à Virgínia há mais de 2 anos, mas que não consegue mais emprego desde que refugiou-se na igreja. “Deus ainda deu-me mãos para trabalhar e elas são as únicas coisas que eu tenho. Se Deus acha que com as minhas mãos eu poderei pagar isso, dê-me um emprego”.

Maria buscou refúgio na igreja Memorial United Methodist no dia em que recebeu um comunicado para comparecer a um escritório do Departamento de Imigração (ICE) para ser deportada. Ela cruzou clandestinamente a fronteira dos EUA em novembro de 2016, nas proximidades de Laredo (TX). A viagem durou uma semana e começou na capital da Guatemala. Ela relatou que a decisão de imigrar e deixar os 4 filhos para trás depois que a casa dela foi incendiada.

Carissa Cutrell, porta-voz do ICE, disse que um juiz determinou que Maria fosse deportada depois que ela não compareceu à audiência em julho de 2017. Kilpatrick, advogado de imigração, disse que a ausência dela ocorreu porque a notificação não tinha data e nem horário, algo que os ativistas defensores dos imigrantes disserem ser comum.

A moção de Maria para a reabertura do caso foi negada em julho de 2018. Uma apelação apresentada em dezembro ainda está pendente na Corte de Apelações.

Fonte: Brazilian Voice