Padarias, empresas de coberturas, construtoras e empresas de pintura se tornaram o foco mais recente das invasões intensificadas do ICE. As operações visam reprimir o emprego de imigrantes sem documentos, como parte da agenda de imigração mais ampla da Casa Branca.
Uma padaria de propriedade de latinos em Los Fresnos, Texas, foi invadida, resultando na prisão de um casal mexicano e oito funcionários. Os proprietários, que são residentes permanentes legais, agora enfrentam acusações por supostamente contratar e abrigar trabalhadores sem documentos.
Durante a busca, agentes do ICE descobriram um quarto com seis camas, sem cozinha e com janelas cobertas com papelão. Na Louisiana, onze trabalhadores do México, Nicarágua e Equador foram presos em um canteiro de obras em Lake Charles. Em Bellingham, Washington, mais de 50 agentes do ICE mascarados e armados invadiram uma empresa de telhados.
Lá, 37 trabalhadores foram detidos, embora testemunhas tenham dito que alguns conseguiram escapar.Em El Cajón, Califórnia, pelo menos 15 trabalhadores de uma empresa de pintura foram presos em uma operação em 27 de março. O gerente da empresa foi acusado de empregar imigrantes indocumentados e alojá-los em um armazém. Na Geórgia, o FBI e o ICE prenderam o proprietário de uma empresa de pisos por supostamente explorar mão de obra ilegal.
O FBI enviou 20 tradutores para entrevistar as supostas vítimas. O ICE alega que essas operações têm como objetivo coibir o emprego ilegal e proteger oportunidades de emprego para cidadãos americanos. No entanto, as ações provocaram reações negativas de comunidades latinas e organizações de direitos civis.No Alabama, um imigrante guatemalteco escapou da prisão ficando no telhado de um canteiro de obras por nove horas. Imagens do impasse se tornaram virais, transformando o homem em um símbolo de resistência.
Em Los Fresnos, a operação do ICE provocou indignação em uma cidade onde 90% da população é latina. O prefeito Alejandro Flores chamou a operação de “frustrante” e expressou apoio ao casal preso, que foi posteriormente liberado sob fiança. Em El Cajón, o grupo Latinos em Ação condenou as batidas como racistas e antitrabalhadores. “Este ataque aos trabalhadores é injustificável”, disse a organização em um comunicado às autoridades locais. Ativistas também alertam sobre o impacto econômico que essas prisões estão causando nas comunidades afetadas.
Fonte: Brazilian Press