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ICE expõe detentos indocumentados libertados por lei santuário em NYC

Foto30 Lista ICE ICE expõe detentos indocumentados libertados por lei santuário em NYC
A lista de “fugitivos” apresentada pelo ICE inclui suspeitos naturais da Nigéria, México, República Dominicana, Honduras, Guiné, Espanha e El Salvador (Foto: ICE)

As autoridades divulgaram uma lista de indocumentados que foram libertados das prisões, apesar dos pedidos do ICE para entregá-los para deportação

Na sexta-feira (17), o Departamento de Imigração & Alfândega (ICE) aumentou a pressão contra as políticas santuário da cidade de Nova York. O órgão divulgou uma lista de indocumentados que foram libertados das prisões, apesar dos pedidos do ICE para entregá-los para deportação. O diretor interino da ICE, Matthew Albence, apresentou a lista a repórteres em uma entrevista coletiva em Nova York, onde falou dos perigos das cidades-santuário; nas quais as jurisdições ignoram as ordens de prisão emitidas pela ICE em nome de detentos indocumentados.

Essas ordens são na realidade pedidos para que o ICE seja informado da libertação pendente de um imigrante indocumentado para que ele possa ser transferido e iniciado o processo de deportação. Embora o governo Trump esteja alertando sobre os perigos de tais políticas há meses, o assassinato de uma mulher de 92 anos de idade, supostamente por um imigrante indocumentado preso em novembro, depois que a cidade de Nova York ignorou uma ordem de prisão do ICE.

“Não se engane, pois as políticas santuário da cidade é a única razão pela qual esse criminoso foi autorizado a caminhar nas ruas livremente e acabar com a vida de uma mulher inocente”, disse Albence.

A lista de “fugitivos” apresentada pelo ICE inclui suspeitos naturais da Nigéria, México, República Dominicana, Honduras, Guiné, Espanha e El Salvador. Os libertados foram detidos por agressão em 1º, 2º e 3º graus, tentativa de assalto, posse criminosa de arma, assaltos em gangues e outros crimes violentos.

O ICE também emitiu uma lista de imigrantes indocumentados atualmente detidos com os dizeres: “podem ser liberados nas comunidades de Nova York” depois de cumprirem suas sentenças. Entre os crimes pelos quais os detidos foram acusados incluem estupro, assassinato e agressão sexual contra uma criança.

O prefeito Bill de Blasio defendeu as políticas municipais, dizendo que a cidade é mais segura, frisando que existem alguns crimes os quais a cidade cooperará com a lei federal de imigração.

“A cidade de Nova York aprovou suas próprias leis tendo como base o fato de que resultaram na queda da criminalidade a índices recordes. Há 177 crimes sob a lei de Nova York que desencadeiam a cooperação com autoridades federais, se e quando alguém for condenado”, disse Blasio. “Essa política nos manteve seguros”.

Entretanto, Albence citou estatísticas dizendo que no ano passado o ICE emitiu 7.526 ordens de prisão em Nova York. Esses indivíduos responderam por 17.873 condenações criminais e 6.500 acusações criminais. Ele destacou que essas acusações e condenações incluem mais de 200 homicídios, mais de 500 roubos, mais de 1 mil crimes sexuais, mais de 1 mil crimes envolvendo armas e mais de 3.500 agressões. No entanto, apenas 10 detentos tiveram a custódia transferida pela cidade, disseram as autoridades federais.

“Aqueles que politizam essa questão querem que você acredite que precisa escolher entre ser uma cidade amiga dos imigrantes e aquela coopera com o ICE”, disse Albence. “Novamente, isso é simplesmente falso. Os únicos imigrantes protegidos por essas políticas são aqueles que cometem violência e ofensas perigosas, geralmente nas mesmas comunidades que esses políticos pretendem proteger”.

A coletiva de imprensa marca o mais recente esforço do governo contra as cidades-santuário. Anteriormente, o ICE pressionou as jurisdições da Carolina do Norte e Maryland por suas políticas. Entretanto, a morte trágica de Maria Fuertes, de 92 anos, iniciou novamente o debate.

Reeaz Khan, um guianense indocumentado da Guiana, é acusado de atacar Maria Fuertes quando ela voltava para casa em 6 de janeiro. A vítima teria sido encontrada às 2 da madrugada num clima de 32º graus (0º Celsius), à beira da morte em uma calçada com as roupas levantadas acima da cintura. A idosa foi levada a um hospital local, onde morreu de ferimentos que incluíram fratura da coluna vertebral, segundo o The New York Post. O jornal citou fontes policiais de que a vítima teria sido abusada sexualmente e estrangulada.

“É uma tragédia completamente evitável. Se eles tivessem acatado a ordem de prisão (do ICE), isso nunca teria acontecido”, disse o secretário interino do Departamento de Segurança Interna (DHS), Chad Wolf, na sexta-feira (17) no programa Fox & Friends. “Então, se eles cooperassem com os agentes do ICE, esse indivíduo nunca seria liberado, não teria cometido esse crime e nem estaríamos falando sobre isso”.

De Blasio acusou o governo Trump de usar “táticas de intimidação”, assim como os funcionários dessa administração de “espalhar mentiras sobre o bom trabalho da polícia de Nova York”.

Os comentários provocaram a reação do vice-presidente da Associação Benevolente de Sargentos, Vincent Vallelong, que disse a repórteres que os policiais querem colaborar com o ICE, mas estão de mãos atadas. “Posso garantir que cada um de nossos membros deseja ajudá-los (agentes do ICE), infelizmente, a maneira como as políticas são estabelecidas, não nos permitem”, disse ele. “Como temos nossas próprias mãos algemadas para não trabalhar com esses caras?” Questionou.

Fonte: Brazilian Voice