No último sábado, o presidente dos EUA, Donald Trump, acirrou o debate sobre imigração ao publicar em suas redes sociais a foto de uma mão tatuada com símbolos associados à gangue MS-13, alegando que pertencia ao salvadorenho Kilmar Abrego Garcia, deportado após um suposto “erro administrativo”.
A imagem, no entanto, não tem autenticidade comprovada, e o caso de Garcia tornou-se um ponto de conflito entre o governo e defensores de direitos migratórios.
A postagem coincidiu com uma decisão da Suprema Corte que bloqueou a deportação de um grupo de venezuelanos detidos no Texas, acusados de ligação com o narcotráfico. Eles seriam expulsos sob a Lei do Inimigo Estrangeiro, de 1798, utilizada pela administração Trump para acelerar remoções sem processo judicial.
“Preciso ter permissão para fazer meu trabalho”, escreveu Trump, ao defender a deportação de Garcia, a quem chamou de membro da MS-13 e criticou os democratas por “defenderem alguém tão bom e inocente”. Contudo, a expulsão ocorreu mesmo com uma ordem judicial que protegia Garcia, e não há provas de que a mão tatuada seja dele.
Encontro em El Salvador vira alvo de piada política
Na semana anterior, o senador democrata Chris Van Hollen (Maryland) conseguiu visitar Garcia em San Salvador após tentativas frustradas pelo governo salvadorenho. Van Hollen, que representa o estado onde Garcia residia, denunciou que ele foi preso sem condenação e levado a um presídio de segurança máxima.
O presidente Nayib Bukele reagiu com ironia, compartilhando fotos que insinuavam um encontro descontraído entre o senador e Garcia, com margaritas à mesa. Van Hollen rebateu, acusando o governo salvadorenho de encenação e batizando o caso de “Margaritagate”. “Quando se ataca os mais vulneráveis e se sai impune, o próximo passo é pior”, declarou o senador.
Enquanto a Casa Branca afirmou que Garcia “nunca mais viverá nos EUA”, sua esposa disse que a acusação de violência doméstica usada para justificar a deportação foi resolvida em família com terapia. Seu advogado acusa o governo de violar o devido processo legal, intensificando a controvérsia sobre as políticas migratórias de Trump.
Fonte: Brazilian Press