Pátio de aeronaves do Aeroporto Internacional de Brasília — Foto: Felipe Menezes
Pátio de aeronaves do Aeroporto Internacional de Brasília — Foto: Felipe Menezes
“[As associações] vêm a público expressar grande preocupação com a possibilidade de restabelecimento do horário de verão pelo Governo Federal de forma tempestiva e sem prazo suficiente que considere as questões operacionais e logísticas do transporte aéreo, o que pode ter impactos substanciais para os passageiros e comprometer a conectividade do país”, diz a nota.
O g1 entrou em contato com o Ministério de Minas e Energia, no entanto, não houve retorno até a publicação desta reportagem.
Para as associações, “a entrada súbita do horário de verão” causará, por parte das empresas aéreas brasileiras, alterações de horários em cidades brasileiras e internacionais que não aderem à nova hora legal de Brasília. Entres os impactos está a mudança de saída e chegada dos voos.
Além disso, as associações dizer que a mudança pode impactar:
- Reprogramação de voos
- Acomodação de última hora
- Alterações de planos de viagem dos passageiros.
- Escala de tripulantes
- Disponibilidade de slots
- Capacidade dos aeroportos, “principalmente aqueles com restrições e escassez na alocação de novos horários”.
“O conhecimento prévio e com ampla antecedência das datas de início e término do horário de verão é fundamental para o planejamento de mais de 40 empresas aéreas, nacionais e internacionais, que operam no Brasil. Nesse sentido, as empresas aéreas precisam de um prazo mínimo de 180 dias entre o decreto de estabelecimento do horário de verão e o efetivo início da mudança do horário”, diz a nota.
Volta do horário de verão em discussão⏱️
Horário de verão — Foto: Reprodução/JN
Horário de verão — Foto: Reprodução/JN
☀️A estratégia é encarada pelo governo como uma forma de deslocar o pico de consumo para um horário com mais geração solar, reduzindo a necessidade de acionar usinas termelétricas — caras e que poluem mais — para atender à demanda.
“Foi recomendado pelo ONS e aprovado pelo CMSE um indicativo de que é prudente, que é viável e que seria um instrumento apontado como importante a volta [do horário de verão]”, anunciou o ministro Alexandre Silveira, em entrevista coletiva no dia 19 de setembro.
Contudo, Silveira disse que ainda não está convencido da necessidade do horário de verão, apesar da recomendação do comitê. O ministro disse que há “tranquilidade de que não faltará energia” e que pretende analisar outras medidas antes, como adiantamento de linhas de transmissão e mudanças na operação da usina de Belo Monte.
História do horário de verão no Brasil
Horário de verão foi instituído no Brasil em 1931 no governo Getúlio Vargas — Foto: Getty Images via BBC
Horário de verão foi instituído no Brasil em 1931 no governo Getúlio Vargas — Foto: Getty Images via BBC
O horário de verão foi instituído pela primeira vez no Brasil em 1931, durante o governo de Getúlio Vargas.
“A prática dessa medida, já universal, traz grandes benefícios ao público, em consequência da natural economia de luz artificial”, dizia o texto do decreto assinado por Vargas, datado de 1º de outubro daquele ano.
A medida foi repetida em anos seguintes, sem regularidade. A partir de 1985 — ano que foi marcado por uma seca histórica, que resultou em blecautes e racionamento de água —, o horário diferenciado passou a ser adotado anualmente, com duração e abrangência territorial definidas por decretos presidenciais.
Em 2008, um decreto tornou o horário de verão permanente, vigorando do terceiro domingo de outubro até o terceiro domingo de fevereiro do ano seguinte.
“O horário de pico hoje é às 15 horas e [o horário de verão] não economizava mais energia. Na saúde, mesmo sendo só uma hora, mexia com o relógio biológico das pessoas”, argumentou Bolsonaro, à época.
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Fonte: G1