Sucesso no combate à Covid faz de cidade da Nova Zelândia a melhor do mundo para morar

Um dos primeiros países do mundo a impor lockdown e a fechar suas fronteiras durante a pandemia de coronavírus, a Nova Zelândia virou referência no combate à Covid-19 e reabriu sua economia antes que a maior parte do mundo. Assim, seus habitantes já voltaram a ter uma vida mais próxima do normal.

Esse sucesso permitiu que a maior cidade do país —Auckland, com 1,4 milhão de habitantes— fosse escolhida nesta quarta (9) como o melhor lugar do mundo para morar, segundo levantamento feito pelo Economist Intelligence Unit (EIU, braço de pesquisas e análises da revista britânica The Economist).

“Devido ao fechamento de fronteiras e do consequentemente baixo número de casos de Covid-19, a Nova Zelândia tem conseguido manter seus teatros, restaurantes e outras atrações culturais abertas. Estudantes seguiram indo para a escola, o que permitiu que Auckland tirasse a nota máxima em educação”, afirma o relatório da nova pesquisa.

A capital neozelandesa, Wellington, também foi beneficiada pela eficácia sanitária do país e pulou para o quarto lugar do ranking. Na versão anterior, de 2019 —o levantamento não foi publicado em 2020 devido à pandemia—, nenhuma das duas cidades aparecia entre as dez primeiras posições.

É o oposto do que aconteceu com a antiga líder, Viena. Depois de ser eleita a melhor cidade do mundo para morar em 2018 e 2019, a capital austríaca despencou e agora ocupa apenas o 12º lugar. O próprio relatório aponta que a queda ocorreu por causa da segunda onda de coronavírus que atingiu grande parte da Europa, obrigando as cidades a fecharem novamente. Assim, todo o topo do ranking passou a ser ocupado por países que não enfrentaram uma segunda onda recentemente.

Para chegar ao ranking, o EIU analisou os dados de 140 cidades ao redor do mundo em cinco categorias: estabilidade, sistema de saúde, cultura e ambiente, infraestrutura e educação.

Cada uma delas é dividida em uma série de indicadores qualitativos e quantitativos, que foram recebidos entre 22 de fevereiro e 21 de março deste ano. Com todos esses dados em mãos, as cidades recebem uma nota que vai de 1 a 100.

Na comparação com o levantamento de 2019, a média das notas caiu 7 pontos, sendo que a categoria sistema de saúde foi a que mais caiu —um sinal de que a pandemia piorou a qualidade de vida nesses locais.

De maneira geral, a Europa foi a região mais afetada. As três cidades que mais desceram no ranking, por exemplo, ficam na Alemanha: Hamburgo (34 posições), Frankfurt (29) e Dusseldorf (28). Na sequência estão a tcheca Praga (27), a irlandesa Dublin (22) e a italiana Roma (21).

Do lado oposto, os Estados Unidos —que já deram início à reabertura graças ao sucesso na vacinação— concentram os lugares que mais subiram, incluindo Honolulu (46 posições) e Houston (31).

Como o EIU não revela todas as cidades analisadas e qual é o ranking completo, não é possível saber se há municípios brasileiros na lista e quais seriam suas posições. O que é possível dizer é que nenhum lugar do país está entre os dez piores do mundo para morar:

Segundo o EIU, a atual pandemia também pode aumentar a desigualdade entre as cidades ricas —e que, portanto, devem vacinar primeiro— e as mais pobres, que estão no fim da fila da imunização.

“As condições das cidades mais pobres devem piorar ainda mais e, se as cidades não conseguirem acesso a vacinas, elas precisam se prevenir contra o aparecimento de novas variantes da Covid-19”, diz o texto. “Um processo de imunização mais devagar vai resultar em um lockdown mais restritivo, afetando assim a previsão de recuperação do crescimento econômico.”

Fonte: Folha de S.Paulo