Pular para o conteúdo

Lar de Yale, Connecticut tem cidades pacatas e cassino em reserva indígena

Pairando entre um mar de árvores, aparece uma megaconstrução de telhados verdes com edifícios, estacionamento e shopping center todos interligados. É Foxwoods, um misto de resort e cassino construído numa reserva indígena no estado americano de Connecticut.

Como se entende que tais terras têm soberania tribal, isto é, os entes federativos têm poder limitado nelas, é bastante comum que no país tais tipos de empreendimentos se encontrem em áreas que pertencem a nações originárias, onde a jogatina é permitida.

No Foxwoods, a escala é monumental: há mais de 5.000 máquinas caça-níqueis, mais de 200 mesas para baralho, além de duas torres de hotel que abarcam cerca de 2.000 suítes, circuito de kart indoor e outros passatempos. Para quem gosta de apostas, é uma Disneylândia. Dá para perder a noção dos dias naqueles salões barulhentos, cheios de luzes coloridas.

Mas quem prefere outro tipo de atração não fica desassistido. Com parte da dinheirama arrecadada no cassino, a nação indígena mashantucket pequot construiu um museu bastante vasto que recria os modos de vida desse povo nativo, antes do contato com os europeus, no século 16.

O forte do Mashantucket Pequot Museum and Research Center são os dioramas –réplicas em tamanho real de pessoas, animais, árvores e construções da época. O ponto alto é a imensa sala que recria o que era uma aldeia dessa nação originária, com mais de 50 figuras afiando flechas, saindo para a caça e construindo canoas.

Esses indígenas entraram em guerra com os brancos no século 17, foram massacrados, muitos sucumbiram a doenças e outros tantos foram vendidos como escravos. Seus descendentes lutam para preservar a cultura desse povo.

Basta tomar a estrada rumo ao sul e, em 15 minutos, se chega a Mystic, à beira do rio de mesmo nome que desemboca no Atlântico. Como em toda a região, costumava ser um vilarejo que vivia da caça de baleias. Hoje é uma dessas típicas cidades da costa da Nova Inglaterra, com suas árvores de folhagens amarronzadas, uma charmosa ponte basculante de ferro e as lojinhas enfileiradas em sua rua principal.

Há ainda ali o Mystic Seaport Museum, que recria uma vila portuária do século 19 e abriga o mais antigo navio baleeiro que ainda está em pé –na década de 1840, quando o barco estava operando, marinheiros saíam em busca da gordura das baleias, usada para iluminação de casas e ruas. Tíquetes custam US$ 20 (R$ 114).

Tomando a rota no sentido oeste é possível chegar até Madison, outra cidade charmosa da região. Ela não tem o caráter histórico de Mystic, mas reúne casas confortáveis viradas para a praia rochosa. Na ponta da praia, o Madison Beach Hotel é um estabelecimento do tipo boutique que oferece bons pratos à base de frutos do mar e drinques na varanda.

Mais uma esticada de uns 20 minutos e se pode ir a New Haven, que vive em função da prestigiosa Yale, fincada bem no seu centro. Enquanto Harvard, no vizinho estado de Massachusetts, parece mais uma bolha comunitária, a universidade de Connecticut se mistura ao tecido urbano da cidade erguida ao seu redor.

Assim como acontece na rival, em Yale também é possível contratar alunos no centro de visitantes da universidade e deixar-se conduzir pelos edifícios e saber mais sobre as tradições e os ritos locais.

O jornalista viajou a convite do Brand USA

Fonte: Folha de S.Paulo