
Em Joanesburgo, maior cidade da África do Sul, as lembranças do apartheid estão por todos os cantos. Há um museu dedicado ao regime de segregação racial que perdurou no país de 1948 a 1994, visitas à prisão na qual o ex-presidente Nelson Mandela (1918-2013) esteve encarcerado e excursões às casas onde ele viveu.
Uma das residências fica em área rica e é fechada para visitação. Só é possível ver, no jardim à frente, pedras nas quais mensagens coloridas foram escritas para Mandela. A área é apinhada de pessoas que descem de ônibus para tentar ver algo além dos muros —e não dá para ver nada.
Mais interessante é a visita à primeira casa que o político comprou, e onde viveu com uma de suas mulheres, Winnie, em Soweto, distrito vizinho de Joanesburgo.
A casa tem objetos usados pela família e conta a história de Winnie, que manteve uma presença política após a separação do marido e morreu no ano passado, aos 81 anos.
Também em Soweto estão as lembranças de uma rebelião de estudantes, que protestavam contra a obrigação de utilizar o afrikaans —língua de origem holandesa, associada ao apartheid— nas escolas.
Perto da casa da família Mandela fica a igreja católica Regina Mundi, onde centenas de jovens se esconderam da polícia, no episódio que balançou o apartheid. O local ainda exibe marcas de balas.
Mas Soweto tem mais do que turismo histórico. Do lado dessas construções, apresenta seu lado alegre: restaurantes, lojas de roupas com vitrines cheias de tecidos coloridos, gente vendendo artesanato na rua, tentando barganhar o preço com turistas.
Em Joanesburgo, a visita à prisão em que Mandela esteve ajuda a entender a história do país e o peso do apartheid. No presídio, que funcionou até 1983, em Constitution Hill, há áreas distintas para brancos e para os outros.
Com capacidade para 979 pessoas, o prédio tinha mais de 2.000 homens negros presos, enquanto brancos tinham celas em boa parte individuais. Estão à mostra as panelas onde era preparada a comida para brancos, com carne; para indianos, com vegetais e restos de carne gordurosa; e para negros, que comiam uma espécie de mingau.
O visitante pode entrar nas celas, fechar-se nas minúsculas solitárias, onde negros ficavam por até um ano, e observar atrás das portas as inscrições que faziam. Do lado de fora, uma chama queima em nome da democracia, lembrando que a constituição do país, de 1996, é jovem.
A lembrança do período de segregação se faz sentir nas ruas: em restaurantes veem-se grupos de brancos separados de grupos de negros. Moradores dizem passar meses a fio sem ver um casal inter-racial.
No centro da cidade, locais recomendam aos turistas que andem com cuidado: não deixem as bolsas no banco do carro, para que não sejam furtadas, e carreguem os pertences junto ao corpo. A área não é bem conservada e é pouco frequentada por gente de fora.
Mas há sinais de mudança. Vizinho ao centro, o Maboneng é uma região com cara hipster: lojas em contêineres, predinhos de tijolo, grandes galpões transformados em estabelecimentos comerciais, como bares e cafés.
Pacotes
US$ 709 (R$ 2.736)
===== 5 noites, na New Age (newage.tur.br)
Entre Joanesburgo, White River (na região do Kruger) e Cidade do Cabo, com café da manhã. Inclui safári, visita ao Cânion do rio Blyde, traslados e seguro-viagem. Preço por pessoa. Não inclui passagens aéreas
US$ 761 (R$ 2.937)
====== 6 noites, na RCA (rcaturismo.com.br)
Entre Joanesburgo, parque Kruger e Cidade do Cabo, com café da manhã e duas refeições no Kruger. Inclui traslados com assistência em espanhol, safári e guia. Preço por pessoa. Sem passagens aéreas
R$ 3.298
====== 6 noites, na cvc (cvc.com.br)
Entre Joanesburgo, parque Kruger e Cidade do Cabo, com café da manhã nas cidades e meia pensão no parque. Inclui traslado, passeio panorâmico em Pretória, safári e visita ao cânion do rio Blyde. Valor por pessoa. Não inclui passagens aéreas
R$ 4.016
======== 8 noites, na Submarino Viagens (submarinoviagens.com.br)
Entre Joanesburgo e o parque Kruger, com café da manhã no primeiro destino. Preço por pessoa. Inclui passagens aéreas a partir de São Paulo
US$ 1.159 (R$ 4.473)
====== 6 noites, na Free Way (freeway.tur.br)
Entre Joanesburgo, Cidade do Cabo e o parque Pilanesberg, com café da manhã nas duas cidades e pensão completa no parque. Inclui traslados, safáris e seguro-viagem. Preço por pessoa. Não inclui passagens aéreas
US$ 4.338 (R$ 16.744)
====== 7 noites, na Kangaroo Tours (kangaroo.com.br)
Três noites no hotel Tau Game Lodge, na reserva Madikwe, com pensão completa e safáris, e quatro noites no One & Only em Cidade do Cabo, com café da manhã. Inclui traslados pela Kobo Safaris. Preço por pessoa, com passagem aérea da South
African Airways
Fonte: Folha de S.Paulo