
O fotógrafo paulistano João Farkas passou quatro anos indo e vindo do Pantanal. A ideia era desbravar e registrar o bioma de norte a sul, o que conseguiu em oito incursões, de até duas semanas cada.
“Andamos por todas as sub-regiões, desde a nascente do rio Paraguai, no Mato Grosso, passando por Poconé e Cáceres, até o Parque Nacional da Serra da Bodoquena, no Mato Grosso do Sul, onde nascem alguns rios que alimentam as águas do Pantanal”, afirma.
Ele, que não conhecia o local, ficou surpreso com a beleza, o tamanho e as condições do bioma.
“Por ser uma planície inundável, o Pantanal depende da qualidade das águas que vêm dos planaltos vizinhos e dos fluxos de cheias e vazantes. Mas tanto a qualidade das águas como esse fluxo já estão bastante alterados pela atuação humana”, diz.
O tema sensibilizou o fotógrafo, que se uniu a ONGs, produtores rurais locais e ativistas para lançar o projeto Documenta Pantanal (documentapantanal.com.br), que tem o objetivo de chamar a atenção para a região, reforçando a necessidade de preservá-la.
“O Pantanal tem uma vocação turística muito forte, mas ele é ofuscado pela Amazônia e pelas nossas praias”, afirma o fotógrafo. Segundo ele, a concorrência com outras belezas naturais faz com que esse bioma, que em qualquer país seria muito conhecido e explorado para o turismo, seja pouco conhecido pelo Brasil e por estrangeiros.
O trabalho de Farkas rendeu uma exposição, apresentada em Londres e Bruxelas, e também um livro, “João Farkas, Pantanal”, que será lançado em outubro.
Fonte: Folha de S.Paulo