Pular para o conteúdo

É correto enxotar Bolsonaro da churrascaria?

Um vídeo, com quase 15 mil compartilhamentos no Twitter, mostra a comitiva do presidente Jair Bolsonaro (PL) deixando acabrunhada uma churrascaria de São Paulo –enquanto os clientes do restaurante gritam “fora!” e “fora, vagabundo!”.

Dá a impressão de que Bolsonaro foi escorraçado das dependências da Laço de Ouro, no Paraíso (zona sul), no último domingo (7).

Parece que não foi bem assim. Outros vídeos, um deles compartilhado pelo secretário Fábio Wajngarten, mostram apoiadores entusiasmados e pessoas constrangidas, apenas querendo desaparecer daquele circo.

Teve grito contra e teve grito a favor. Se o presidente não foi expulso do restaurante, nem por isso teve um almoço sossegado antes de ir ao Allianz Parque ver o Palmeiras, seu time do coração, vencer o Goiás por 3 a 0.

Bolsonaro foi abertamente hostilizado num espaço de uso público. É correto fazer um negócio desses?

Olha: se eu fosse dono do restaurante, eu me recusaria a atender esse homem. Devo admitir que, se estivesse lá na hora, provavelmente me juntaria ao grupo do “fora”. É o que dá vontade de fazer, mas não significa que seja a atitude correta.

Porque é justamente esse o jogo dos apoiadores do Bolsonaro. Provocam e provocam para que o oponente reaja com agressividade e aí vêm apontar o dedo: “Tá vendo? Eles nos acusam daquilo que fazem”.

É só lembrar que essa coisa de hostilizar político em restaurante começou lá atrás, nos governos do PT, e eram militantes da direita que iam infernizar o jantar de ministros e parlamentares.

Não é bacana copiar esse modo de operar. Sei que às vezes é muito difícil não agir com o fígado, mas é preciso tentar. É Bolsonaro quem representa a barbárie, não podemos deixá-lo colar esse rótulo nas nossas costas.

(Siga e curta a Cozinha Bruta nas redes sociais. Acompanhe os posts do Instagram e do Twitter.)

Fonte: Folha de S.Paulo