
A ordem exige que os quase 21 milhões de habitantes fiquem em ambientes fechados, a menos que estejam buscando serviços ou atividades essenciais
Na quarta-feira (1), o governador da Flórida, Ron DeSantis (R), emitiu a ordem de permanência em casa durante 30 dias para o estado. A determinação exige que os quase 21 milhões de habitantes fiquem em ambientes fechados, a menos que estejam buscando serviços ou atividades essenciais. A ordem executiva entrou em vigor a partir da meia-noite de quinta-feira (2).
DeSantis recebeu críticas pesadas dos parlamentares estaduais por se recusar a aprovar tal ordem até esta semana, mesmo quando o número de casos confirmados de coronavírus quase ultrapassou 7 mil no estado, incluindo pelo menos 85 mortes na terça-feira (31).
Os relatórios diários do Departamento de Saúde da Flórida revelaram: O número de pessoas que testaram positivo para o covid-19 acelerou rapidamente, quase dobrando nos últimos 4 dias, com 3.274 novos casos, elevando o total em todo o estado para 6.741 na terça-feira à tarde.
O estado registrou 857 pessoas hospitalizadas e 85 mortes até terça-feira (31), com a maior concentração de infecção nos condados de Broward e Miami-Dade ao longo da costa sudeste e focos em outras áreas como Tampa e Orange County, sede do Walt Disney World. Somente na terça-feira, 14 mortes foram registradas no estado, segundo a mídia local.
No mapa nacional do coronavírus, montado pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), o estado da Flórida ficou marrom escuro, indicando mais de 5 mil casos, incluindo Califórnia, Nova York, Illinois, Massachusetts, Michigan e New Jersey, na segunda-feira (30). Conforme os dados do mapa do CDC a Louisiana ultrapassou 5 mil casos na terça-feira (31).
Nesses estados, no entanto, a Flórida era o único que não estava sob ordem estadual de “quarentena”. Agora, DeSantis pediu às pessoas no sudeste da Flórida que ficassem em casa e disse, ainda nessa semana que oficializaria a determinação de “quarentena”. Até terça-feira (31), ele disse em uma entrevista coletiva que não tinha planos de emitir uma ordem estadual, porque a Casa Branca não havia dito para ele fazer isso.
“Estou em contato” com a força-tarefa de coronavírus da Casa Branca, disse ele em entrevista coletiva. “E eu disse: ‘Você está recomendando isso?’ A força-tarefa não recomendou isso para mim”, acrescentou. “Se alguma dessas pessoas da força-tarefa me disser que devemos fazer X, Y ou Z, é claro, vamos considerar isso”.
Na ocasião, devido a esses comentários, DeSantis recebeu elogios do Presidente Trump, que o considerou “um grande governador que sabe exatamente o que está fazendo”.
Quando perguntado sobre os comentários de DeSantis sobre a ordem de permanecer em casa, o Vice-Presidente Mike Pence disse que a Força-Tarefa da Casa Branca estava deixando a decisão a critério dos estados. DeSantis fez seu comentário em uma entrevista coletiva em que os repórteres foram autorizados a sentar-se um metro e oitenta pela primeira vez. Anteriormente, ele havia recebido repórteres amontoados em uma pequena sala, apesar dos pedidos, em 20 de março, dos maiores jornais no estado.
Na semana passada, Mary Ellen Klas, chefe da sucursal em Tallahassee dos jornais Miami Herald e Tampa Bay Times, foi barrada em uma entrevista coletiva de imprensa dada por DeSantis depois de solicitar distanciamento social. A abordagem dele à pandemia atraiu críticas desde pelo menos meados de março, quando DeSantis disse que cabia aos governos locais, e não a ele, exigir o fechamento de praias cheias no início da primavera.
Semelhante a outras ordens executivas estaduais, o mandato fechará negócios como lojas de roupas, mas permitirá que supermercados, clínicas, bancos, farmácias e outras necessidades diárias permaneçam abertos. As pessoas têm permissão para se exercitar ao ar livre enquanto ficam a um metro e oitenta de distância, embora grupos de 10 ou mais pessoas sejam inadmissíveis, diz a ordem.
Visitar familiares ou amigos para cuidar deles também é permitido, determina a ordem. O mesmo acontece com os cultos religiosos, embora os locais de culto tenham se tornado focos de surtos do vírus.
Fonte: Brazilian Voice