
Os especialistas analisaram vários modelos de computador para simular como o vírus poderia se espalhar nos próximos 5 anos
Ainda será necessário algum grau de distanciamento social nos EUA até 2022 para evitar grandes surtos de coronavírus, de acordo com um grupo de especialistas em doenças infecciosas da Universidade de Harvard. Pesquisadores do Harvard’s T.H. Chan School of Public Health fizeram a previsão na terça-feira (14) na revista Science. O grupo analisou vários modelos de computador para simular como o vírus poderia se espalhar nos próximos 5 anos.
Os modelos consideraram se o vírus era sazonal, quanto tempo a imunidade poderia durar para os pacientes recuperados e a “intensidade e época das medidas de controle”. Com base no número crescente de casos em todo o mundo, os pesquisadores disseram que é improvável que o vírus seja eliminado em breve, de acordo com o relatório.
O distanciamento social poderá ser necessário de tempos em tempos para diminuir a carga sobre os hospitais se o vírus persistir, segundo o relatório.
“Com as atuais capacidades de cuidados intensivos (UTIs), no entanto, a duração geral da epidemia de SARS-CoV-2 poderá durar até 2022, exigindo que medidas de distanciamento social estejam em vigor entre 25% e 75% desse tempo”, relataram os pesquisadores.
Os cientistas descobriram que o distanciamento social muito rigoroso poderia diminuir a formação da imunidade entre os grupos. Em um cenário de 20 semanas de medidas rigorosas e extenso distanciamento social, um ressurgimento atingiu o pico quase tão ruim de uma epidemia não controlada.
“O distanciamento social foi tão eficaz que praticamente nenhuma imunidade populacional foi desenvolvida”, escreveram os pesquisadores.
Houve um ressurgimento do surto quando as medidas de controle foram levantadas sob cada modelo, portanto, os pesquisadores não apoiam esse método, disseram eles.
“Não tomamos posição sobre a conveniência desses cenários, dado o ônus econômico que o distanciamento contínuo pode impor, mas observamos o ônus potencialmente catastrófico para o sistema de saúde que é previsto se o distanciamento for pouco eficaz e, ou não, por tempo suficiente”, escreveram os pesquisadores.
Fonte: Brazilian Voice