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“Deu ‘blackout’ e isso acontece, é real”, conta brasileira que esqueceu filho no carro em NY

Pamila e o filho Pedro, hoje com 8 anos. Foto: Arquivo pessoal.

“Me deu um ‘blackout’. Pode parecer mentira, mas infelizmente isso é real, acontece e pode acontecer com qualquer um e não tem nada a ver com amar menos ou não amar o filho, tem a ver com a rotina, com a mente da gente naquele momento e com o que não estamos acostumados a fazer”, contou com exclusividade ao Gazeta News, Pamila Amorim, mãe de Vitória, 11 anos, e Pedro, 8.

Há quatro anos, Amorim esqueceu o filho dentro do carro, à noite, em plena Nova York. Até hoje a situação a faz chorar. Segundo a goiana, que faz questão de falar como aconteceu para alertar outros pais e também mostrar às pessoas que isso é real e pode acontecer com qualquer um quando menos se imagina. “As pessoas não imaginam a dor dos pais e fazem comentários cruéis nas redes sociais condenando, mas sequer buscam entender a situação. São cruéis e os julgamentos. Isso não quer dizer que eu não ame meu filho, pode acontecer com qualquer um. E jamais me perdoaria se tivesse acontecido algo com meu filho! Eu amo meus filhos mais que tudo nessa vida!”, analisa Amorim ao citar o caso dos gêmeos e relembrar que o que passou.

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Como sempre sai com os dois filhos juntos, nesse dia ela estava somente com o garoto, o que já foi diferente pra ela. “Meu marido e minha sogra ficaram com minha filha e eu fui levar meu filho para um encontro só de meninos na casa de uma amiga. Ficamos por lá de 17h até umas 22h. Vim embora e no caminho ele dormiu. Como não tenho garagem, demorei para achar um vaga que fosse perto de casa. Estacionei, desliguei o carro e saí. Não me lembrei que ele estava no carro. Entrei em casa e fui falar sobre o encontro. Foi quando meu marido e minha sogra perguntaram pelo Pedro. Só aí me dei conta de que ele estava comigo e não em casa, como de costume, já que a irmã ficou”, detalha.

Amorim conta que correu até o carro e pegou o filho, que ainda dormia. “Foi por Deus que eles estavam acordados e me perguntaram do Pedro. Senão eu não me lembraria e ele passaria a noite lá. Poderia acontecer algo grave. Foi por muito pouco”, relembra. Segundo a goiana, foi questão de minutos, mas mesmo assim, só o fato de imaginar o que poderia ter acontecido de pior ao filho, já a deixa consternada. “Jamais me perdoaria se algo acontecesse a ele”.

Questionada se ela não se lembraria do filho antes de ir dormir ou se não tem o hábito de checar as crianças quando estão dormindo, Amorim explica que muito provável ela não se lembraria sozinha do filho naquela noite. E explica o porquê. “Como acontece quando saio alguma noite com amigas e meu marido fica com eles, ou quando vamos à igreja e eles ficam dormindo com minha sogra, por exemplo, talvez eu não me preocuparia em olhar por saber que estavam com eles e tenho confiança”, diz.

Na época, Pamila conta que a sogra estava morando com eles e, inclusive, dormindo no quarto das crianças, o que reforçaria para não incomodar. “Sabendo que está tudo bem, nem sempre checo o quarto toda hora”.

Para Amorim, os hábitos que uma família têm e sair da rotina são as principais causas para esquecimento de crianças em carros e faz o alerta. “Um alerta para os pais quando saem da rotina é sempre colocar um alarme (despertador) lembrando que está com a criança no carro (sempre coloco no alarme quando saio só com 1) ou sempre pendurar um bichinho no volante quando estiver com seu filho. Ou ainda escrever um bilhete na porta do carro perto de onde abre por dentro”, pondera.

Depois do acontecido, além de programar o alarme, Amorim conversou muito com os filhos, ensinando aos dois os números de telefones da família e como destravar as portas do carro.

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Fonte: Gazeta News