
Funcionário do aeroporto de Guangzhou mede febre de passageiros que estão chegando de Wuhan, na China, e de outros destinos dentro do país. (Anadolu Agency/Getty Images)
O mundo está em alerta com o surgimento de um novo vírus na China. Até o momento foram registrados 444 casos e 17 mortes em decorrência de infecção pelo coronavírus. O primeiro óbito foi registrada em 11 de janeiro. A pessoas infectadas apresentam sintomas parecidos com os da gripe comum.
Até o momento a hipótese mais forte é que o surto tenha começado em um mercado de peixe na cidade de Wuhan, a leste da China, a 840 quilômetros de Xangai. Inicialmente pensava-se que a transmissão se daria apenas por animais infectados, mas o governo chinês confirmou a transmissão também se dá pelo ar, de pessoa pra pessoa. O vírus que provoca a doença é da família Coronaviridae, a mesma que causa enfermidades como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), transmitido de dromedários para humanos, e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), vinda de felinos para humanos. A SARS matou 800 pessoas em uma epidemia em 2002.
Quase 100% dos diagnósticos aconteceram no continente asiático, porém um caso nos Estados Unidos foi confirmado na última semana. Taiwan, Japão, Tailândia e Coréia do Sul também registraram casos.
Sintomas
Febre, coriza, dificuldade para respirar, tosse e dor de garganta são os principais sintomas a se manifestarem. Há um período de incubação de 2 a 14 dias após contrair o vírus.
Em pessoas com complicações de saúde ou em grupos de risco mais elevado, como idosos e grávidas, podem haver complicações como pneumonia, falha renal ou até a morte. Por isso, medidas de prevenção vêm sendo tomadas nos aeroportos ao redor do mundo com o intuito de evitar uma epidemia.
Cancelamento de voos
Algumas companhias aéreas e agências de viagens têm feito a reprogramação ou cancelamento de pacotes e voos, seguido de reembolso. Estar em quarentena por apresentar sintomas pode ser uma exigência para certas empresas.
A ação mais drástica aconteceu na Coréia do Norte, que fechou as fronteiras para turistas, mesmo sem ter registrado nenhum caso da doença até o momento.
Nos Estados Unidos, o governo Trump implementou o rastreio em passageiros chegando em voos vindos da China. As perguntas e testes preventivos acontecem nos aeroportos de cinco grandes centros: Los Angeles, San Francisco, Nova York, Atlanta e Chicago.
Outros países também adotaram a prática, que inclui a medição da febre e busca por sintomas como tosse e dificuldade de respirar. Coréia do Sul, Singapura, Japão e Índia estão entre eles. Na Inglaterra e na Austrália, além das medidas preventivas, são feitos anúncios e entregues panfletos para conscientizar as pessoas que chegam da China sobre o que fazer caso tenham sintomas da doença.

Aeroporto de Narita (Japão) alerta passageiros que passam por lá sobre situação em Wuhan, na China (Tomohiro Ohsumi/Getty Images)
Em Honk Kong, o cuidado com a limpeza de aeronaves e trens foi redobrada. Além disso, funcionários da Cathay Pacific, com base no país, foram autorizados a usarem máscaras durante os voos. Este aparato também é distribuído aos passageiros vindos do destino chinês, junto com lenços antissépticos.
A preocupação aumenta com a chegada do Ano Novo Chinês, que acontece no dia 25 de janeiro e provoca um fluxo intenso dos chineses, principalmente no interior do país. Em 2018, quase três bilhões de viagens foram feitas de carro, trem, avião e barco durante a celebração. O receio é a dispersão da doença sem o monitoramento do governo da China.
No Brasil, o alarme soou na tarde desta quarta-feira. Um comunicado oficial da Secretaria da Saúde de Minas Gerais levantou a hipótese de que uma brasileira que havia estado na China teria contraído o vírus. O Ministério da Saúde, em nota, desmentiu: “O caso noticiado pela Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais não se enquadra na definição de caso suspeito da Organização Mundial da Saúde (OMS), tendo em vista que o paciente esteve em Xangai, onde não há, até o momento, transmissão ativa do vírus”, disse o comunicado da entidade.
Fonte: Viagem e Turismo