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Brasileira pede ajuda para reaver guarda do filho concedida ao padrasto na FL

Denize Oliveira com o filho Jacob, hoje com 6 anos. Foto: GofundMe.

A baiana Denize G. de Oliveira, 37 anos, mora em Deerfield Beach, criou uma campanha no GoFundMe na qual pede ajuda para conseguir pagar um advogado para reaver a guarda do filho de 6 anos que foi dada ao padrasto após denunciá-lo por abusar sexualmente do garoto.

De acordo com Oliveira, que desde outubro luta para obter novamente a custódia do filho, com raiva pela denúncia que ela tinha feito, o então marido teria dito que tiraria o filho dela e a denunciou por agressão. Ela então chegou a ser detida e como o processo de investigação do abuso tinha sido fechado e ele já tinha entrado com pedido de reconhecimento de paternidade do garoto, obteve a custódia no dia 30 de outubro.

“(…) Não consigo entender como a lei pode funcionar dessa maneira. Esse homem abusou do meu filho, tirou meu filho de mim, me colocou na cadeia por uma noite, perdi o emprego por causa dessa prisão, fui expulsa de casa. Ele fez tudo o que me disse que faria e nada aconteceu com ele. É muito difícil aceitar e entender essa lei. Eles simplesmente tiraram uma criança de 5 anos da mãe e do ambiente sem motivo e sem pensar em como essa criança reagiria a isso… É por isso que ele vem apresentando problemas de saúde 11 vezes na clínica em apenas 3 meses … Isso é demais!!”, desabafou.

O que aconteceu

Segundo Oliveira, tudo começou quando o garoto tinha 4 anos de idade e contou à ela que estava sofrendo abusos sexuais por parte do padrasto, que entre 2016 e 2018, tentou adquirir a paternidade legal do menino.

A baiana conta que, no dia seguinte, denunciou o então marido à polícia local e que um assistente social foi enviado à residência da família para conversar com a criança. Após a entrevista, mãe e filho foram encaminhados ao Nancy Cotterman Center, em Fort Lauderdale (FL), especializado em crianças vítimas de abuso sexual, entretanto, esse mesmo profissional não teria formalizado o caso junto ao centro.

Denize conta que, na ocasião, não falava inglês e como não tinha o número do protocolo do caso, eles não foram atendidos.

“Quando chegamos ao local, eu não falava praticamente nada da língua e eles, sem referência do que era o caso, meu filho não foi atendido naquele dia. Para mim, foi uma verdadeira frustração, porque eu estava enfrentando uma situação muito difícil e não tínhamos nenhum apoio. Fomos ao tribunal e o caso foi encerrado pelo DCF (Department of Children and Families) como duplicado…?! O DCF não investigou o caso e a criança não recebeu atendimento. Após o caso encerrado, meu marido mudou de ideia e começou a pedir a custódia da criança”, relata na campanha.

Denize conta que nesse período percebeu mudanças de comportamento do filho. “Um dia, peguei meu filho abusando do gato em casa. Ele estava copiando o que havia sofrido. Levei ele ao ‘Womam in Distress’, onde meu filho contou com a presença do advogado, que ouviu o testemunho de meu filho e nos encaminhou novamente ao centro Nancy J Cotterman, em Fort Lauderdale. Entretanto, ao mesmo tempo, o tribunal concedeu, em 30 de outubro de 2019, a custódia da criança ao agressor sexual, mesmo sem a criança ter passado por terapia”, acrescentou.

Afastada da criança e preocupada, Denize relata então que resolveu ir até o escritório do FBI para pedir ajuda, mas como tinha denúncia contra ela, foi presa quando chegou ao local.

Após ficar detida por uma noite, Oliveira teve a guarda compartilhada suspensa e foi informada que poderia ver o filho sob supervisão somente 2 vezes por semana.

“Pedi ao tribunal que pelo menos permitisse que meu filho fosse atendido primeiro ao psicólogo para ter uma visão real do que a criança estava relatando. Mas este pedido foi negado pelo juiz. Em 5 de novembro de 2019, fui buscar meu filho e recebi uma ordem do juiz em que ele suspendia meu tempo compartilhado e que eu só podia ver meu filho supervisionado duas vezes por semana. Não fui notificada e também não tinha o direito de defesa no tribunal”.

“Eles simplesmente pegaram meu filho de 5 anos e entregaram nas mãos do agressor sexual. De 5 de novembro de 2019 até hoje, meu filho já foi tratado pelo pediatra da clínica 11 vezes por estar doente. Fui removida dos registros da clínica. Fui removida dos registros escolares do meu filho. Não posso ter contato com meu filho não sendo supervisionado e tenho que pagar pela visita. Desde novembro, tenho lutado para ver meu filho, porque ele mesmo nunca está disponível”, disse ela.

No dia 2 deste mês, Denize iniciou a campanha que visa arrecadar dinheiro para conseguir pagar um advogado. “Preciso da tua ajuda. Preciso pagar US $ 5.000 ao advogado para que ela possa me ajudar neste caso e me ajudar a levar meu filho à sua vida normal. Não estou em boas condições financeiras no momento. Eu nunca imaginei na minha vida fazer o que estou fazendo agora … pedindo ajuda … Eu rezo para que você possa entender nossa situação. E agradecerá a cada um de vocês pelo gesto de me ajudar a salvar meu Filho”, finaliza.

O Gazeta News entrou em contato com Denize para mais informações quanto ao processo e ela confirmou que continua encontrando com o filho apenas duas vezes por semana sob supervisão, que não tem acesso aos registros da clínica e da escola do filho e enviou documentos que provam a ida aos órgãos mencionados e a busca por ajuda psicológica para o filho. O caso está em andamento e o Gazeta News busca também a versão do padrasto.

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Fonte: Gazeta News