O projeto arquitetônico é liderado pela METRO Arquitetos Associados, dos sócios Martin Corullon e Gustavo Cedroni, com participação de Júlio Neves no projeto legal. Para a METRO, era importante evitar grandes composições na fachada para estabelecer uma relação harmoniosa com o edifício histórico.
“Apostamos em um visual limpo, uma fachada homogênea, para não criar ruídos nessa relação. Ao mesmo tempo, o design monolítico, inspirado nas tipologias dos museus verticais, como os de Nova York, se destaca no entorno, conferindo-lhe um caráter próprio”, afirma Martin Corullon.
Um dos principais diferenciais é o revestimento em chapas metálicas perfuradas e plissadas, uma solução que controla a incidência de luz natural e reduz o aquecimento interno. Essa fachada metálica funciona como uma “pele” protetora, que diminui a carga térmica e aumenta a eficiência energética do edifício, aliviando o sistema de climatização.
O sistema de iluminação automatizado em LED, assim como o de climatização, atende às rigorosas normas internacionais de conservação de obras de arte ao mesmo tempo que reduz significativamente o consumo de energia e o impacto ambiental.
As estruturas preexistentes no local – como as fundações do edifício Dumont-Adams, projetado e construído na década de 1950 – foram reaproveitadas, o que resultou ao projeto uma baixa pegada de carbono, ressignificando um espaço que era estritamente residencial em um amplo local para a acolhida e grande circulação de público. Todas as soluções aplicadas contribuíram para que o novo prédio do MASP conquistasse a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design).

Diálogo entre os edifícios
Existem diversas conexões entre os dois prédios, como a relação entre o museu e o ambiente urbano por meio da transparência. Enquanto a fachada de vidro do edifício original cria uma continuidade visual entre o interior do museu e a Avenida Paulista, o novo edifício propõe um jogo de luz e sombra.
Além dos vidros instalados nos andares inferiores do novo edifício, que dialogam com o vão livre, a geometria retangular das duas fachadas consiste em superfícies ininterruptas, sem emendas ou juntas. As conexões visuais entre os prédios também se apresentam no concreto aparente, nas cores e no volume.
“Se o edifício Lina fosse verticalizado, ficaria do mesmo tamanho do Pietro. O pé direito do térreo do novo empreendimento, de oito metros, tem a mesma altura que o pé direito do vão livre, e o tom escuro escolhido para a fachada do Pietro foi inspirado na cor dos caixilhos presentes no Lina”, completa Martin Corullon.
Outro ponto de conexão é o túnel de 40 metros que interliga as áreas de acolhimento dos edifícios. Com conclusão prevista para o segundo semestre de 2025, a passagem subterrânea facilitará a circulação dos visitantes, promovendo o funcionamento integrado dos dois prédios e preservando o visual da paisagem urbana.

Fonte: Viagem e Turismo