De todos os rockeiros que escreveram letras de músicas mencionando Brasília, nenhum ficou tão famoso quanto Renato Russo. Apesar de ter nascido no Rio de Janeiro, ele se mudou com a família para a capital federal aos treze anos, viveu uma juventude tipicamente brasiliense e ali compôs os maiores sucessos da Legião Urbana. Dentre as várias canções que eternizaram paisagens candangas, “Eduardo e Mônica” inspirou o filme de Renê Sampaio que estreia nos cinemas nesta quinta-feira (20), com Gabriel Leone e Alice Braga no papel dos protagonistas.
Ainda no início de seu relacionamento, Eduardo e Mônica “se encontraram então no Parque da Cidade, a Mônica de moto e o Eduardo de camelo”. Neste trecho, o Trovador Solitário menciona o parque favorito dos brasilienses, que fica na Asa Sul e hoje guarda uma estátua de Renato Russo, e recorre a uma gíria bastante utilizada pelos moradores para se referir a “bicicleta” – uma brincadeira relacionada ao período de seca pela qual o Distrito Federal passa entre os meses de abril e outubro.
Como não há outras referências diretas a endereços de Brasília na música, o diretor usou uma porção de lugares que eram frequentados pela juventude da década de 1980 ou que fazem parte do dia-a-dia da população até hoje como cenários da história, que gira em torno da divertida incompatibilidade do casal. Além dele próprio ser brasiliense, Sampaio contou com a ajuda do roteirista conterrâneo Matheus Souza. “Eu precisava de alguém que conhecesse a cidade. Alguém que olhasse Brasília sem olhar estrangeiro”, disse o cineasta.
Não à toa, várias locações do longa-metragem fazem parte da Rota Brasília Capital do Rock, que desde 13 de julho de 2021 vem demarcando mais de 40 lugares relacionados à história do gênero musical na cidade – seja por terem sido mencionados em canções ou porque eram frequentados pelos músicos de bandas como Legião Urbana, Capital Inicial, Plebe Rude e Raimundos. Veja, a seguir, alguns lugares que aparecem no filme:
Chapada dos Veadeiros

A Chapada dos Veadeiros não fica em Brasília, é verdade: cerca de 250 quilômetros separam a capital do parque nacional. Ainda assim, ela é uma esticada comum para quem mora ou visita Brasília e aparece durante o longa-metragem. As cenas mostram especialmente o Poço Encantado e a Cachoeira de Santa Bárbara.
Congresso Nacional

O prédio que abriga a Câmara dos Deputados e o Senado Federal é o principal marco arquitetônico de Brasília e pode ser visitado mediante agendamento prévio pelo site. As visitas acontecem de hora em hora, das 9h às 17h. Aqui, se desenrola uma das cenas mais emblemáticas do filme, quando o casal brinca de fazer sombras de animais na cúpula.
Parque da Cidade

Fundado em 1978, o parque foi projetado por Oscar Niemeyer, tem paisagismo idealizado por Burle Marx, área urbanística desenvolvida por Lúcio Costa e guarda os famosos azulejos de Athos Bulcão. Em cena, ele aparece durante o passeio de “camelo” de Eduardo e Mônica.
Setor Militar Urbano

O casal também anda de moto pelo Setor Militar Urbano. O bairro é endereço de milhares de integrantes de forças militares e seus familiares, além de concentrar a maior parte dos quartéis de Brasília.
Superquadra Sul 308

A superquadra é um grande exemplo urbanístico porque segue todos os padrões previstos no plano original de Brasília. Não muito longe dali ficam outros endereços icônicos, como a Igreja Nossa Senhora de Fátima, o Cine Brasília e o Espaço Cultural Renato Russo.
Teatro Nacional

Também assinado por Oscar Niemeyer, o Teatro Nacional tem a lateral decorada pelos “quadradinhos” de Athos Bulcão, que são mostrados no filme. Infelizmente, não é possível conhecer o interior da construção em formato de pirâmide, que está fechada há oito anos e deve passar por uma reforma em 2022.
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Fonte: Viagem e Turismo