O Brasil é um dos principais produtores de cacau do mundo, com destaque para os estados da Bahia e do Pará, que concentram a maior parte da produção nacional. Nos últimos anos, o país tem investido não apenas na quantidade, mas também na qualidade do cacau, impulsionando o crescimento do mercado de chocolates premium e bean to bar (do grão à barra). Esse movimento valoriza a origem e o sabor do cacau brasileiro, promovendo práticas sustentáveis e o fortalecimento da agricultura familiar. Além disso, a indústria de chocolate nacional tem se diversificado, com marcas artesanais ganhando reconhecimento internacional e contribuindo para a valorização do cacau como um produto de identidade cultural e econômica do Brasil.
1. Nugali em Pomerode (SC)
A Nugali, sediada em Pomerode, é reconhecida como a marca de chocolates mais premiada do Brasil, acumulando 43 medalhas em competições internacionais desde 2016. Pioneira no país na produção bean to bar, a empresa controla todo o processo, desde o cultivo do cacau em fazendas na Bahia e no Pará até a fabricação do chocolate, priorizando qualidade e sustentabilidade. Seus produtos já foram laureados em prestigiados concursos como o International Chocolate Awards, Academy of Chocolate Awards, London Awards e America Awards.
Sua fábrica, localizada na Rota do Enxaimel, recebe visitantes em um tour autoguiado: o passeio começa em uma estufa com pés de cacau, segue por uma sala em que é possível ver a produção de chocolates acontecendo através de um vidro e passa ainda por recursos interativos, como as caixas onde é possível sentir o aroma de ingredientes como baunilha, café e avelã. A experiência termina com uma degustação de chocolates derretidos, que são saboreados de colherzinha. Veja o relato completo da visita à Nugali e um guia completo de Pomerode.
Onde? Rua Testo Alto, 4848 – Pomerode.
Quando? Diariamente, das 9h às 18h.
Quanto? R$ 50 por pessoa. Faça a reserva no site ou adquira seus ingressos presencialmente (sujeito à disponibilidade).
2. Dengo em Ilhéus (BA)
A Dengo é uma marca brasileira de chocolates premium, que valoriza os ingredientes brasileiros, fundada em 2017 por Guilherme Leal, cofundador da Natura, e Estevan Sartoreli. Seu modelo de negócios é centrado na sustentabilidade e no impacto social, promovendo uma cadeia produtiva justa e ambientalmente responsável. O cacau utilizado pela Dengo provém majoritariamente do Sul da Bahia, cultivado por mais de 150 pequenos e médios produtores no sistema cabruca, que preserva a Mata Atlântica ao plantar cacaueiros sob a sombra de árvores nativas. Desde 2022, a marca também incorporou o cacau amazônico, estabelecendo parcerias com produtores do Pará.
A Dengo revela seu processo produtivo na Fazenda Condurú, em Ilhéus, onde os visitantes aprendem sobre o método bean-to-bar em um tour guiado de duas horas. Termina-se degustando quatro chocolates, depois de já terem provado mel de cacau, o fruto e a amêndoa ao longo do passeio. Veja um roteiro por Ilhéus.
Onde? De Ilhéus, acesse a BR-415 sentido Itabuna e 40 quilômetros depois, no fim da cidade, vire à direita, sentido Salvador. Siga por 4 quilômetros até o Ponto do Semi Anel Viário na entrada de Mutuns. Entre à direita na Rua Mutuns e após 2,5 quilômetros vire à direita e siga por mais seis quilômetros em estrada de terra.
Quando? Consulte a disponibilidade de datas e horários pelo e-mail [email protected] e pelo Whatsapp +55 (73) 99846-8882.
Quanto? R$ 160 por pessoa. As reservas são feitas pelo e-mail [email protected] e pelo Whatsapp: +55 (73) 99846-8882.
3. Filha do Combu na Ilha do Combu (PA)
A Filha do Combu é uma marca paraense de chocolates artesanais fundada por Izete dos Santos Costa, conhecida como Dona Nena, na Ilha do Combu, próxima a Belém. A produção utiliza cacau cultivado de forma orgânica na própria ilha, sem adição de conservantes ou gorduras trans, valorizando ingredientes naturais e o açúcar orgânico. A marca ganhou destaque nacional e internacional, sendo visitada pelos presidentes Lula e Emmanuel Macron em 2024, e apresentada na Universidade de Harvard como exemplo de bioeconomia sustentável. A marca se destaca por manter a floresta em pé e preservar a cultura caboca, unindo tradição, sustentabilidade e empreendedorismo feminino.
Além disso, promove o turismo na região, oferecendo visitas à fábrica: o passeio organizado pela Vida Caboca Turismo inclui caminhada pela floresta para ver onde o cacau é cultivado, explicação sobre a história de Dona Nena e degustação de chocolate quente, brigadeiro e bolo de chocolate, acompanhados de café. O transporte até a Ilha do Combu não está incluído: é preciso partir do Terminal Hidroviário Ruy Barata, em Belém, e embarcar em uma das lanchas (primeira partida às 9h), informando o barqueiro que deseja descer na fábrica da Filha do Combu.
Onde? Rua Aristides Lobo, 362 – Ilha do Combu.
Quando? Diariamente, das 10h às 16h30.
Quanto? R$ 80 por pessoa. Reservas pelo site do Vida Caboca Turismo.
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Fonte: Viagem e Turismo