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Documentos mostram como ICE vai agir durante ataque em massa proposto por Trump

O Departamento de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE, sigla em Inglês), a mando…

O Departamento de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE, sigla em Inglês), a mando do Presidente Donald Trump, planeja incursões em massa após o feriado de 4 de Julho. Alguns documentos, recém-divulgados, mostram como será a tática empregada pela agência durante tais operações.

Os documentos, divulgados na quarta-feira pelos grupos de direitos dos imigrantes Mijente, Just Futures Law e Detention Watch Network, mostram que as autoridades do ICE estão construindo listas de detenções para atender a números específicos.

A maioria dos documentos refere-se a uma operação planejada pelo ICE em setembro de 2017, cujo objetivo era atingir 8.400 imigrantes indocumentados; a agência cancelou a invasão depois que os detalhes vazaram na mídia. Mas os documentos também incluem informações sobre outras cinco operações com objetivos similares, apontando como a agência recicla seus planos logísticos.

Grupos de defesa dos direitos dos imigrantes de todo o país apresentaram solicitações sob a Lei de Liberdade de Informação para coletar dados sobre os planos de invasão elaborados em setembro de 2017, apelidada Operação Mega, e outras operações semelhantes.

O ICE não respondeu aos pedidos, provocando iniciativa de processos por parte dos grupos, através dos quais obtiveram milhares de páginas de documentos ao longo do ano passado.

Os grupos estão trabalhando em um relatório abrangente sobre as informações contidas nos documentos, mas decidiram liberar os documentos porque o ICE está pronto para “varrer” milhares de imigrantes após as festas de 4 de Julho.

No mês passado, Trump anunciou um plano logisticamente impossível para começar a prender “milhões” de imigrantes indocumentados e depois foi relatada que o ICE estava planejando atingir 2.000 famílias que receberam ordens finais de deportação.

Trump adiou a operação por duas semanas depois que os detalhes vazaram na mídia. No sábado, dia 29 de junho, o presidente disse que os ataques foram planejados para depois do dia 4 de Julho.

“A ameaça constante de ataques em massa com deportações tornou necessário que entendêssemos o funcionamento interno das operações massivas do ICE”, disse Silky Shah, diretor executivo da Detention Watch Network. “Confirmamos em documentos do governo que as operações do ICE são politicamente motivadas. Os ataques da imigração são destinados a aterrorizar as comunidades e instaurar o medo”.

Em resposta às perguntas do The Intercept sobre os documentos, um porta-voz do ICE sugeriu que a agência não usou cotas de detenção para os ataques. “Não tenho certeza de qual idioma você viu que sugere que o ICE opera sob uma cota de prisão”, disse Matthew Bourke, diretor da agência.

“Os esforços da agência não se baseiam na competição ou no cumprimento de um limite específico. As operações da ICE são impulsionadas pela missão de fazer cumprir as leis de imigração no país e defender a segurança nacional, segurança nas fronteiras e a segurança pública”.

De acordo com as informações, ao longo dos documentos, o ICE descreve o propósito de suas operações de fiscalização, promovendo a segurança pública. Um e-mail interno da “Operação Mega” disse que o objetivo era atingir “todos os imigrantes presentes nos Estados Unidos sob violação à Lei de Imigração e Nacionalidade (INA), a fim de impactar significativamente a segurança pública, a segurança nacional e um controle legal de fronteira”.

Um documento sobre uma incursão em julho de 2017 que visava menores desacompanhados e suas famílias estabelece três categorias-alvo que incluem “imigrantes com condenações criminais ou indícios de criminalidade”.

O número de membros de gangues também é um fator considerado pelo ICE em relação a menores desacompanhados com 16 ou 17 anos. O memorando não define o que “indicia de criminalidade”, mas inclui uma seção definindo “membro de gangue” e “membro de gangue associado”.

Os fatores que indicam a participação em gangues, de acordo com o ICE, incluem tatuagens ou prisões ao lado de membros de gangues conhecidos, vestindo “roupas de gangues” ou possuindo “parafernália de gangues”, e sendo identificado como um membro de gangue por um informante ou policial.

As organizações estão realizando reuniões para apresentar estes documentos e orientar os imigrantes sobre o que pode acontecer.

Fonte: Redação Brazilian Times

Fonte: Brazilian Times