
O Deputado do Texas, Joaquim Castro (D), presidente do grupo hispânico no Congresso e irmão…
O Deputado do Texas, Joaquim Castro (D), presidente do grupo hispânico no Congresso e irmão gêmeo do ex-Secretário de Habitação e presidenciável, Julián Castro, introduziu uma legislação na terça-feira, dia 16. O projeto pede a remoção de termos depreciativos dados a imigrantes e usados em leis federais de imigração nos vocábulos do Governo.
Chamada de Correcting Alienating Names in Government Act, ou CHANGE, o projeto elimina as palavras “alien” e “illegal alien” da Lei de Imigração e Nacionalidade – a lei federal de imigração que rege o país – e outros textos do governo. Os termos “foreign national” “undocumented foreign national” poderiam seriam usados respectivamente em seus devidos lugares.
“Palavras são importantes”, disse Castro em um comunicado. “É vital que respeitemos a dignidade dos imigrantes que fogem da violência. As palavras “alien” e “illegal alien” tem como objetivo demonizar e desumanizar a comunidade imigrante”.
O legislador acrescentou que “os imigrantes vêm para os Estados Unidos de boa fé e trabalham duro pela oportunidade de alcançar uma vida melhor para si e para sua família”. “Eliminar esta linguagem da expressão do governo nos coloca um passo mais perto de preservar sua dignidade e garantir sua segurança”, afirmou.
Os ativistas de imigração há muito criticam o uso que o governo faz da palavra “alien” para se referir aos imigrantes que chegam aos Estados Unidos em busca de uma vida melhor.
“O rótulo de alien não é nada além de alienados”, escreveu José Antônio Vargas, ativista indocumentado e escritor em Los Angeles Times. “E quando associado a ‘ilegal’, é especialmente tóxico. As palavras penetram na psique, às vezes até o ponto da paralisia. Eles estão desumanizando os imigrantes”.
Essa linguagem desumana não se limita ao governo federal e suas leis. Está em todo lugar. A jornalista hispano-americana Maria Hinojosa aconselhou os membros da imprensa contra o uso de palavras como “illegal immigrant” ou seus “illegal” para descrever imigrantes indocumentados. Para ela, não só é desumanizante, é também gramaticalmente incorreto.
“Não existe um ser humano ilegal”, escreveu Hinojosa no Twitter no começo do ano, depois que Chris Cuomo, da CNN, usou o termo no ar. “Então, por exemplo, não existe motorista ilegal, ciclista ilegal, trabalhador ilegal, imigrante ilegal. O ciclista pode ter cometido um crime, mas ele não é ilegal. Ilegal é uma ação”.
O jornal Brazilian Times há alguns anos explicou esta mesma afirmação, pois um imigrante não é ilegal, mas ele está em situação ilegal no país. Portanto adotamos sempre o termo “imigrante indocumentado”, ou seja uma pessoa que não tem documentos no país.
A Associated Press, em 2013, também atualizou seu livro de redação para não mais sancionar o uso do termo “imigrante ilegal” para descrever alguém que vive nos Estados Unidos sem documentos.
O projeto de Castro é apresentado no momento em que a administração Trump está ameaçando ataques direcionados a comunidades não documentadas e desmantelando a Lei de Asilo dos EUA. Na segunda-feira, dia 15, foi publicada uma regra final provisória que tornaria impossível para qualquer imigrante que não fosse do México ou do Canadá de solicitar asilo.
Fonte: Redação Braziliantimes
Fonte: Brazilian Times