Arilda.
O pianista brasileiro iniciou seu treinamento formal clássico aos 17 anos e, 5…

O pianista brasileiro iniciou seu treinamento formal clássico aos 17 anos e, 5 anos depois, estreou como professor de música. Ele se mudou para Brasília, capital do Brasil, onde iniciou as aulas de composição com o professor Bohumil Med (maestro e presidente da Universidade de Brasília). Mais tarde, ele foi convidado a dar aulas na ArtMed.
Agenor se apresenta em todo o mundo em um ritmo constante desde 2005. Suas performances transmitem uma ampla gama de expressões, o que leva o público a esperar uma experiência singular e intensa em cada apresentação. Atualmente ele vive em Miami.
– Qual sua origem no Brasil, estado, cidade, e há quanto tempo você vive nos Estados Unidos?
Nasci em Campo Grande, Mato Grosso do sul, mas vivi em Brasília muitos anos, já me considero Brasiliense.
Vivo nos EUA desde 2002, mas sempre indo e voltando. Já morei em Paris, NYC, Brasília, Portugal e Miami, durante esse tempo.
– Qual é a sua história da sua vinda para os Estados Unidos? Foi uma coisa planejada ou aconteceu na sua vida?
Sim, foi planejada. Recebi o convite da Golden Dome Records para gravar um álbum autoral.
– Fala um pouco como foi seu processo de adaptação?
Foi difícil com a língua e a cultura diferente, mas como todos que tem um foco, eu me adaptei.
– O que você mais gosta do lado profissional e pessoal morando na América?
O profissionalismo, no senso da palavra, Nos EUA arte é um negócio levado a sério e isso muda muito a perspectiva de mercado para o artista.
No brasil sinto que tudo (no mercado artístico) ê meio artesanal.
– Como você percebeu esta sua vontade e entendeu que seu destino era ser pianista?
Sou músico desde os 12 anos, faz tanto tempo que seria difícil dizer quando isso aconteceu. Mas decidi ser um músico profissional aos 23, e ter um trabalho autoral aos 35.
– Qual a diferença entre se apresentar sozinho ou num concerto com uma orquestra?
Bom, primeiro deixo claro que não sou interprete de música erudita. Vim de um background jazzístico e aos poucos fui me tornando “contemporâneo” por assim dizer.
Me fascina a possibilidade de “criar em real time” e também de mudar a forma, transgredir, ser livre.
Quanto ao se apresentar com uma orquestra, isso aconteceu bem pouco, já que me apresento solo e autoral, a maior parte do tempo/concertos. A sensação de tocar com orquestra é sensacional, e por outro lado, estar livre para criar não tem preço. Isso é mais fácil quando toco solo.
– Mesmo morando fora do Brasil como você conserva a sua brasilidade?
Acho que está no DNA, se posso usar essa expressão. Vejo que meu senso rítmico vem sempre sambado, “baioasado” ou algo assim. Nasci originalmente no MS e tomo Mate. Sou raiz.
– Existe o Stradivarius como lenda para os violinos, qual é “a lenda” para os pianos? E porque?
Não sei se a palavra seria lenda, mas “Steinway & Sons” se despontou como a “Ferrari das marcas de piano”. Tive a oportunidade de trabalhar com eles e fazer alguns projetos. O piano em si é fantástico, mas citaria também o Bosendorfer que é um piano “Exquisite”.
– O que o piano tem de mágico para você que fez você seguir esta carreira?
Acho que a escolha do instrumento é meio mística/orgânica. Vai explicar! Comecei tocando violão. Experimentei vários instrumentos mas sempre voltando ao piano. Acho que tem a ver com o corpo ou, sendo mais místico, o instrumento te escolhe.
– Imagino que todos os shows são especiais para um músico, mas qual foi o show, com a sua apresentação,que mais te emocionou fazer e por que?
Realmente difícil responder. Acho sempre que foi o último. Parece que estamos mais maduros, sabemos melhor o que dizer, expressar. Estamos mais apaixonados.
– Uma referência importante na sua vida?
Professor Bohumil Med, meu tutor em Brasília.
– Cita três sonhos guardados na gaveta?
Gravar com a ECM (label), fazer música espontânea com orquestra. Viver isolado na montanha.
– Qual a diferença entre se apresentar nos EUA ou em qualquer outro lugar do mundo?
Nenhuma! Gente é gente! Talvez o equipamento por aqui seja melhor de que alguns lugares. Mas não penso muito nisso.
– Do Brasil, quais são as melhores lembranças?
Brasília, modo de vida, família. O sentimento de pertencer.
– Qual é o seu mantra Agenor?
Nada é tão importante. Só o amor.
– Você tem planos de viver novamente no Brasil?
Sim, sempre! É isso me mantém brasileiro.
– Como gostaria de ser lembrado no futuro?
Não me importo, mas, para responder, como um ser humano decente.
Muito obrigada e muito sucesso para você.
Obrigado querida.
Fonte: Brazilian Times