
Enquanto tem deputado viajando à Ucrânia para dar em cima de mulheres em situação de vulnerabilidade, aqui no nosso quintal a situação não está nada bonita. Duas em cada três mulheres brasileiras já foram assediadas em restaurantes, bares e casas noturnas. Aqui, sem guerra, por homens “de bem” que frequentam esses lugares.
Reproduzo a seguir, sem mais comentários, alguns números da pesquisa feita para a marca de uísque Johnnie Walker e para a Women Friendly –startup que certifica casas que se empenham em coibir o assédio sexual nas suas dependências– pelo instituto Studio Ideas.
Foram ouvidas 2.221 mulheres maiores de 18 anos, em todas as regiões do Brasil e de todos os grupos etários, étnicos e de renda.
66% já sofreram algum tipo de assédio em restaurantes, bares e baladas.
78% é a proporção de assediadas em mulheres que já trabalharam em casas desse setor.
53%, mais de metade delas, já deixaram de frequentar lugares depois de sofrer violência.
50% nunca vão sozinhas a bares, restaurantes e baladas.
8% preferem sair sem companhia.
41% só se sentem seguras quando estão com um grupo de amigas e amigos.
13% nunca se sentem seguras
47% enfrentaram a insistência do assediador em falar com elas, mesmo sem receber atenção.
40% das mulheres foram seguradas pelo braço ou pelo cabelo quando o agressor não foi correspondido.
13% foram beijadas à força.
12% foram tocadas nas partes íntimas.
6% foram vítimas do “boa noite, Cinderela”, quando o abusador adiciona substância narcótica à bebida da mulher.
93% dos criminosos eram frequentadores dos estabelecimentos.
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Fonte: Folha de S.Paulo