
Pedro e Clélia Pinho confrontaram um grupo de 100 homens que se aglomeravam numa esquina movimentada do Brooklyn (NY)
O casal brasileiro acusado de crime de ódio por supostamente atacar um grupo de judeus ortodoxos no Brooklyn (NY) por não praticarem distanciamento social não é anti-semita e estava apenas “denunciando o que viu”, de acordo com seu advogado. Paulo Pinho, de 35 anos, e sua esposa, Clélia Pinho, de 46 anos, moradores em Queens (NY), foram presos na noite de domingo (10) sob a acusação de assédio agravado como crime de ódio depois de um confronto com um grande grupo de judeus aglomerados na esquina da Bedford Avenue e Ross Street, em Williamsburg, informou a polícia.
Paulo e Clélia, que trabalham como entregadores, são acusados de terem saído do carro e começado a gritar “declarações anti-semitas” para a multidão, antes de Paulo se aproximar de 3 homens e tentar arrancar suas máscaras. Além disso, ele os teria acusado de serem a razão pela qual as pessoas estavam contraindo coronavírus, disse a polícia.
“Depois de fazer as declarações, foi quando as máscaras foram arrancadas”, relatou o tenente da polícia de Nova York (NYPD), Thomas Antonetti.
Entretanto, o advogado de defesa de Paulo e Clélia alega que ambos foram vítimas por terem “chamado a atenção de um grupo irresponsável de indivíduos” por não usarem máscaras ou praticarem distanciamento social. Eles também negam terem feito declarações anti-semitas para a multidão de cerca de 100 pessoas, afirmou Ken Belkin em comunicado. “Meus clientes abominam o racismo e o anti-semitismo em todas as suas formas”.
“Isso irritou a multidão e os ânimos se exaltaram”, continuou Belkin. “Meus clientes foram os que telefonaram para a polícia e o fizeram por temor às suas vidas. A multidão atacou meus clientes e eles foram tratados por seus ferimentos no Hospital Woodhull”.
As vítimas, pelo menos uma delas vestindo trajes ortodoxos tradicionais, recusaram atendimento médico no local, informou polícia.
Uma vez no hospital, os médicos trataram Clélia, que teve um braço fraturado, detalhou Belkin. O casal deverá comparecer ao tribunal em 8 de setembro. Caso sejam considerados culpados, Pedro e Clélia podem ser condenados a até 1 ano de prisão, acrescentou o advogado.
Fonte: Brazilian Voice