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Holanda tem aumento de eutanásia em pacientes com doenças mentais

Os números parecem pequenos em relação ao total de mortes por eutanásia na Holanda –6.585 em 2017–, mas o crescimento chama a atenção.
Para o psiquiatra Johan Huisman, membro do Conselho Médico da ONG NVVE (Sociedade Holandesa pelo Direito de Morrer, na sigla em holandês), dois fatores são responsáveis pelo aumento.
Primeiro, a comunidade médica está cada vez mais aberta em relação ao suicídio assistido de pacientes com distúrbios mentais. O segundo fator é de ordem prática. “Há mais psiquiatras trabalhando para a Clínica do Fim da Vidaâ€, afirma Huisman. Fundada em 2012, a instituição é a responsável pela maioria das eutanásias aplicadas em doentes mentais na Holanda –ano passado, levou a cabo 78% das mortes desse tipo.
A Clínica do Fim da Vida é procurada por pessoas que tiveram os pedidos de eutanásia negados por seus médicos, seja porque eles não quiseram realizar o procedimento ou porque acharam que havia possibilidade de melhora. Por isso, é especializada em casos mais complexos, como condições psíquicas, demência e doenças não-terminais.
Em vigor desde 2002, a lei do Término da Vida Sob Pedido e Ato de Suicídio Assistido estabelece que um paciente pode solicitar a eutanásia a seu médico desde que passe por sofrimento insuportável e que sua enfermidade não tenha prospecto de melhora, uma vez esgotados os tratamentos possíveis.

Fonte: Folha de S.Paulo